tag:blogger.com,1999:blog-7124748136589396062024-03-12T21:26:17.950-07:00o AerópagoValdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-73983462806236485942016-12-08T23:25:00.001-08:002016-12-09T13:33:15.473-08:00Crônica da Nova Canudos<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Aonde um século atrás soavam rajadas das metralhadoras, trazidas pela república do Brasil para estraçalhar os pobres e seus devaneios católico-sertanejos, uma vovó, com seu novo celular, insiste para que o neto a ensine a usar o aparelho. O sertanejo é antes de tudo um forte: e</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">xpugnado palmo a palmo e mesmo a contragosto e com pouca paciência o neto ensina a avó a mandar mensagens via facebook e whatsapp. A vovó, o velho sertão, neta da brava gente que resistiu no arraial da Canudos do Bom Jesus Conselheiro quer apreender um pouco do novo sertão, da mensagem rápida, da motocicleta barulhenta, um sertão colorido, das músicas de forró eletrônico e tecnobrega, das roupas apertadas e cabelos longos do neto. Um sertão que distoa daquele sertão dos vaqueiros de cor marrom encouraçado e enlaçado a um passado que não volta jamais. Ninguém entra em um mesmo sertão uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo. Os sertões já serão outros. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-s3AnUAL2po4/WEph8ijP_nI/AAAAAAAABAg/omMNqy_qT6ErNQ7mr92QTE3qnTtxIOkxgCLcB/s1600/casa%2Bda%2Bvovo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-s3AnUAL2po4/WEph8ijP_nI/AAAAAAAABAg/omMNqy_qT6ErNQ7mr92QTE3qnTtxIOkxgCLcB/s320/casa%2Bda%2Bvovo.jpg" width="320" /></a></span></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-456783071310011412016-11-20T13:09:00.005-08:002016-11-20T13:09:54.224-08:00A Margarida e um Bob Dylan sertanejo<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Para meu pai: Antônio Enio no seu aniversário</i></div>
<br />Em um primeiro de maio de 1983, interior da Paraíba, um rapaz magro de seus vinte e poucos anos sobe em um palco improvisado pega o violão e toca uma música de protesto, a canção "Cidadão" de Zé Geraldo. Na platéia uma mulher forte ouve cada verso da música: Margarida Maria Alves, sindicalista, que morreu " na luta mas não de fome" assassinada covarde e brutalmente a mando desses ai que vivem de massacrar os pobres desse país.<br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />O rapaz cabeludo passa nos dedos os acorde<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">s e dedilha na memória a lembrança de sua infância pobre e, assim, canta a luta e a esperança por dias melhores. Mesmo que o tempo lhe tire alguns dos cabelos. Mesmo que os homens perversos venham pisar e arrancar as flores. <br /><br /></span></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-47857987687702731712015-04-11T15:04:00.001-07:002015-04-11T15:29:33.887-07:00Sérgio Sampaio:o sagrado direito de fracassar e de ironizar o próprio fracasso<h2 style="background-color: white; color: #141823; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-weight: normal; line-height: 19.3199996948242px;"> Foi graças a comunidade “Malditos e Marginais da MPB” do já finado Orkut que conheci as músicas do cantor Sérgio Sampaio. Tanto lá, como nas descrições de Wikipedia e de textos espalhados em blogs pela internet é quase consenso de Sampaio enquanto o cantor mais maldito do grupos dos “ malditos” dos anos 70 – a exemplo de Jards Macalé, Jorge Mautner, Luiz Melodia, Tom Zé e Walter Franco, Belchior, Odair José. Sérgio Sampaio ficou pra posteridade como alguém que ganhou festivais, emplacou o sucesso “ Bloco na Rua” em 1972, mas que foi sendo esquecido nas décadas seguinte diante de uma série de infortúnios, brigas com gravadoras e problemas pessoais.</span></div>
<span style="font-weight: normal;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;">Convido a refletir sobre a pecha de amaldiçoada sob uma história de vida como a de Sérgio Sampaio. Mas por que maldito? Por ser talentoso e esbarrar em limitações do mercado musical, dificuldades de personalidade ou falta de sorte? Quem nunca não conseguiu superar seus próprios limites? Quem nunca viveu e não aprendeu? nunca provou a farinha do desprezo, da letra de Jards Macalé? Se pararmos pra pensar, será que não somos todos malditos?</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"> Não podemos deixar de refletir o quão injusto jogar a marca de fracasso individual em muitas pessoas que não se enquadraram, não se adaptaram, ou sequer escolheram nascer e viver em posições socialmente rebaixadas. Mozart, um gênio nato, filho de um burguês que tentava educar o filho as maneiras de ser nobre, fracassou em ser músico autônomo diante de uma sociedade agressivamente desigual entre poderosos membros da corte e marginalizados burgueses no fim do século XVIII. Morreu amargurado e doente, abandonado pelos seus superiores da corte, por um público ouvinte e pelas pessoas que amava, e foi sepultado como indigente. “ Ele simplesmente desistiu” como diz o sociólogo Norbert Elias em um interessante ensaio sobre a biografia de Mozart.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"> Diferente de Mozart, Sérgio Sampaio, filho de um fabricante de tamamcos e de uma professora, fracassou mas não desistiu. A visão que faz do próprio fracasso tem muito a nos ensinar. Ironizar, fazer piada com a própria condição de “quase sucesso”; aquele que “poderia ter sido mas não foi” na expressão de um poema de Manuel Bandeira. Nas palavras do próprio Sampaio no jazz “ Que Loucura” do disco Tem de Acontecer: “Saí do palco e fui pra plateia/sai da sala e fui pro porão” </span></div>
</span></span></h2>
<div>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/aj1yKwH73Rs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/aj1yKwH73Rs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<h2 style="background-color: white; color: #141823; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></h2>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #141823; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; font-weight: normal; line-height: 19.3199996948242px;">A posição de marginal também pode ser vista no samba de alegre instrumental “ Ninguem vive por mim”: </span></h2>
<div>
<span style="color: #141823; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; font-weight: normal; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></div>
<div>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #141823;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">“Fui tratado como um louco, e</span></span><br /><span style="color: #141823;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">enganado feito um bobo</span></span><br /><span style="color: #141823;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Devorado pelos lobos, derrotado sim</span></span><br /><span style="color: #141823;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Fui posto de lado e fui um marginal enfim </span></span></span></span></h2>
</div>
<div>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #141823;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/VNIRHVwU-VI/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/VNIRHVwU-VI?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #141823;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"> </span></span></span><span style="color: #141823; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 18.3999996185303px;"> A ironia com o ostracismo também entra na pessimista “ Tem de Acontecer” ao finalizar os versos de uma separação amorosa: </span></span></h2>
<h3 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></span></h3>
<h2 style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: white;">"Se um vai perder</span><span style="background-color: white;">Outro vai ganhar</span><span style="background-color: white;">É assim que eu vejo a vida</span><span style="background-color: white;">E ninguém vai mudar</span>Eu daria tudo<br />Pra não ver você chumbada<br />Pra não ver você baleada<br />Pra não ver você arriada<br />A mulher abandonada<br />Mas não posso fazer nada<br />Eu sou (sou só) um compositor popula<span style="background-color: white;"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span style="font-weight: normal;">r</span><span style="font-weight: normal;"> " </span></span></span></span></h2>
<h2 style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: white;"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></span></span></h2>
<div>
<span style="font-size: x-small;"><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #555555; line-height: 115%;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/UHEHY2Rzd_Y/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/UHEHY2Rzd_Y?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</h2>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></h2>
<h2>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span><span style="color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Talvez nada será mais
ilustrativo de uma talentosa homenagem de um artista ao próprio fracasso do que
a letra de “ Meu Pobre Blues”, composta por Sampaio e endereçada a um conterrâneo
de Cachoeiro do Itapemirim-ES e também cabeludo e gênio musical: Roberto
Carlos</span><o:p style="color: #141823; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"> </o:p></span></span></h2>
<h2>
<span style="color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11.5pt; font-weight: normal; line-height: 19.3199996948242px;"> </span></h2>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #555555; font-size: 11.5pt; font-weight: normal; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></h2>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/z4PTa5WtCD4/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/z4PTa5WtCD4?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</h2>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823; font-size: small; line-height: 115%;"> As letras de Sérgio Sampaio
podem nos fazer pensar não sobre o extraordinário, mas sobre o normal, o cotidiano, o falho, o contraditório, o fracassado, o que tem defeitos, o anônimo ,
enfim, o que há de mais banal e que é
grande matéria prima das nossas biografias. Assim também faz de Belchior e sua alucinação
é suportar o dia-a-dia. ou as canções cantadas pela cambaleante voz de Raul
Seixas nos últimos discos. </span></div>
</span></span></h2>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Analisar o que fala</span><span style="line-height: 19.3199996948242px;"> um </span><i style="line-height: 19.3199996948242px;">outsider</i><span style="line-height: 19.3199996948242px;"> como Sérgio Sampaio pode nos fazer pensar não sobre o extraordinário, mas sobre o normal, o cotidiano, o falho, o contraditório, o fracassado, o limitado, o anônimo , enfim, o que há de mais banal e e cotidiano que é matéria prima das nossas biografias. E não falamos apenas sobre músicas e artistas: precisamos fazer escutar diferentes vozes para, no mínimo, relativizar toda a imposição da ilusão biográfica que insiste em encarcerar nossas vidas em uma cruel e insustentável busca diária por fazer algo grandioso, distinto, épico, extraordinário. Claro que é ótimo e até necessário termos ambições, projetos, sermos estimulados a aprender e tentar melhorar habilidades, trabalhar pela realização de utopias, buscar um mundo mais justo para as próximas gerações etc. Mas isso passa longe de uma agressiva abordagem que passa por vários espaços - jornalismo; escola; universidade; mercado de trabalho; família etc. - e que propõe entregar nosso tempo de vida em cartilhas e fraseologias agressivas que produzem sensações de decepção por não nos enquadrarmos em modelos de sucesso. Temos de reconhecer que podemos enquanto malditos - e sem usar nenhum “apesar” - também sermos felizes. Pelo direito de ” botar o bloco na rua “ , sem encarcerar nossas imperfeitas biografias naquela velha opinião formada sobre tudo que nos torna obsessivos por reconhecimento e sucesso imediat</span></span></span><span style="font-family: helvetica, arial, lucida grande, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;">o.</span></span></div>
<span style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, lucida grande, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></span></h2>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/_4hSHucpvG0/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/_4hSHucpvG0?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<h2 style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</h2>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</div>
<h3 style="height: 0px;">
</h3>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-35884212339254662972014-08-17T16:42:00.000-07:002014-08-23T23:12:04.912-07:00Chega de saudade ( Parte 2): Os Terroristas da Saudade<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Já não é novidade a
notícia de que cientistas criaram uma Máquina da Saudade. De tanto veicular nos
jornais as pessoas já sabem como funciona o aparelho: um mecanismo que se
conecta ao corpo humano e detecta transmissores da “saudade”, o que permite que
a máquina inicie um processo de aceleração e transferência de átomos a longas
distâncias. Simples: se você sentir saudade, a máquina lhe transporta aonde
quiser. Mas atenção as seguintes restrições: a máquina
apenas ativa se , após conectada a cabeça e também a corrente sanguínea, captar
operação cerebral e substâncias ligadas ao sentimento de saudade. Além das discussões que a nova invenção gerou nas
academias intelectuais filosóficas, literárias, sociológicas, lingüísticas, antropológicas
e psicanalíticas haviam preocupações relacionadas ao uso comercial e a “popularização”
dos serviços da máquina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para diminuir o medo de
entrar numa cabine, ter conectado a eletrodos na cabeça, receber injeção no
braço, e da leve sensação de enjôo após o teletransporte, iniciou-se uma propaganda
nas grandes emissoras de comunicação para tornar a Máquina viável para todos.
Na verdade, uma rápida análise das empresas patrocinadoras da campanha “pela
saudade” podíamos ver que nessa campanha havia claros interesses comerciais. Enquanto alguns poetas louvavam o fato de uma
máquina tão revolucionária ter o seu funcionamento subordinada ao romantismo da
saudade, empresários, executivos, acionistas de multinacionais e chefes de
estado reclamavam que a oportunidade do teletransporte facilitaria a suas viagens de negócio, mas
precisavam superar as exigências bioquímicas, cerebrais e sentimentais da
Máquina. Para isso, já tinha a promessa de grandes laboratórios de farmacêutica
que se propuseram a isolar “neurotransmissores da saudade” e assim, fazer uma “injeção”
ou, após certo avanço nas pesquisas, uma pílula que se juntaria as outras tantas que os
empresários tomam antes, durante e depois as suas seguidas viagens e conexões
de avião. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Porém, a mídia e as grandes
multinacionais e os líderes mundiais começaram a se preocupar com outro problema.
No momento havia apenas quatro “Máquinas da Saudade” no mundo. Duas dessas estavam em posse de grandes
Estados nação, que tinham seus governos guiados por corporações de grande
volume de capital que financiavam, eleição após eleição, seja conservadores ou
progressistas, as campanhas presidenciais. Uma máquina ficou com a instituição das
Nações Unidas – na verdade era uma máquina reserva, deveria ficar guardada pra
usos de emergência. A quarta máquina era o problema pois havia sido roubada de
uma base militar e não sabia exato o seu paradeiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma rápida pesquisa em vídeos
que circulavam pela internet encontramos um vídeo de um grupo de pessoas que
afirmam ter roubado essa quarta Máquina. Já com um número considerável de
visualizações, a gravação mostrava apenas uma mulher encapuzada que dizia ser a
“própria Saudade” e lia o seguinte texto:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> 1) <b>Chega
de Saudade:</b> a saudade é uma angústia de todo ser humano, portanto, deve ser
elevada a categoria de direito universal suprir as necessidades da saudade. Se
todos sentem saudade, não faz sentido o uso da Máquina da Saudade estar
restrita a alguns grupos privilegiados. É urgente popularizar a Máquina para
todas as pessoas, independente de nacionalidade, classe social, idioma, religião,
cor ou orientação sexual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">2) <b>Chega de Saudade</b>: A humanidade criou a escrita, o telégrafo, o
telefone, a viagem de avião, a internet. Essas invenções deveriam servir para
diminuir tempo e distância, nos tornar mais próximos, diminuindo ou eliminando obstáculos
para os encontros entre humanos. Em resumo: deveriam diminuir a saudade. Contudo o que vemos hoje é diferente: as
pessoas viajam tanto de avião que esqueceram a magia que é estar voando no céu ”
e apenas reclamam dos serviços de bordo, da demora das empresas, estão
mergulhados nas obrigações dos seus empregos de cumprir horários. Quanto a internet, somos escravizados pelos
e-mails, redes sociais, postagens de fotos e aplicativos no celular que nos
avisam a toda hora nossos compromissos de trabalho e com o fingimento de uma imagem que nós não somos. A
saudade é o motor das grandes invenções tecnológicas da humanidade. Já que
temos consciência disso não podemos permitir que aconteça com a Máquina da
Saudade a deturpação que já aconteceu com o avião e com a internet.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">3) <b>Chega
de Saudade: </b>Buscaremos a saudade no mais cotidiano das pessoas. A música é
a grande força motora da saudade. Nos
downloads de músicas: os sambas nostálgicos, boleros melancólicos, os fados, canções românticas das mais cafonas,
das baladas dos rocks. Estamos atentos as postagens em redes sociais, ligações de
celular e nas conversas mais cotidianas. Se preciso, bateremos de porta em
porta. Estamos disfarçados de padres, psicólogos, advogados, músicos,
vendedores de seguro. Nosso objetivo é fazer com que os mais necessitados,
tanto de dinheiro como da distância das pessoas queridas, tenham garantida uma
viagem gratuita dentro da Máquina da Saudade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Foram estas reivindicações que, em uma época passada “pré-
Máquina da Saudade” soariam como piadas e resmungos de qualquer adolescente
sonhador, começaram a preocupar a política mundial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A Grande Mídia logo criou um nome pejorativo para os ladrões
da máquina: eram os “ Terroristas da Saudade”. Esse nome foi alvo de grandes contorcionismos
para os jornais. Primeiro, ligaram os Terroristas da Saudade – um nome
realmente horrível e de mal gosto - a
alguma suposta ação comercial das decadentes empresas do mercado fonográfico . Jornalistas diziam que era tudo uma farsa
sobre o roubo da máquina: na verdade era uma ação comercial das gravadoras
musicais, um último suspiro de um mercado em decadência. Foram mobilizados
produtores e críticos para mostrar que, a notícia de roubo da máquina era parte
de uma farsa, um viral, um último suspiro das gravadoras musicais em falência, para
anunciar “ Terroristas da Saudade” como uma nova banda de “jovens que iriam
revolucionar a música pop” . <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O argumento religioso
também foi mobilizado pela Mídia para criticar os assim proclamados “ Terroristas
da Saudade”. Se dizia que eram um grupo separatista que agia por meio de luta
armada e intimidações. Boatos diziam que
os Terroristas da Saudade eram uma perigosa comunidade religiosa liderada por charlatões,
pastores, monges, espíritas e padres fanáticos que “se diziam anjos” e iriam de
casa em casa fazer falsas promessas de que a Máquina poderia suprir a saudade
dos seus parentes já falecidos. Essa nova religião de uma deusa chamada “Saudade”
realizaria o milagre de órfãos e viúvas, através da Máquina roubada que seria
aperfeiçoada para alcançar o paraíso, purgatório, inferno ou qualquer outro local
que a fé humana criou para despejar a lembrança dos seus mortos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">. Não se sabe se por
sucesso ou medo de um apoio da população as investidas dos Terroristas da
Saudade os governos começaram a pensar em uma democratização da Máquina da Saudade
. O que seria o direito de todo cidadão para suprir a sua saudade? Todo
cidadão, pagador de impostos, teria direito a uma “cota de saudade” viabilizada
pelo governo? Podemos mesurar saudade em
impostos, financiamentos de créditos, bolsas de estudo, cotas, subsídios e
cortes de gastos? Como investir nas políticas de saudade como um atrativo de
votos nas campanhas eleitorais? Através dessas perguntas digladiavam deputados,
senadores, governadores e presidentes de vários países. Empresários diziam que “por
ser um sentimento importante, a saudade poderia ser aproveitada como valor de
mercado”. O mais importante para eles era que dessem prosseguimento as pesquisas
para tornar a Máquina utilizável para fins comerciais. “Se os pobres querem usar a Máquina da
Saudade que trabalhem e busquem pagar o teletransporte com seus próprios
méritos. É melhor ensinar ter a saudade
do que dar assim de graça”. Eis o jargão de políticos aliados dos analistas de
mercado financeiro. Já os filhos destes políticos
que estudavam em grandes escolas de arte se diziam simpatizantes das
transgressões dos Terroristas da Saudade. Argumentavam que” ter saudade” era um aspecto
esteticamente interessante da condição universal humana. Porém, esses mesmos
artistas e intelectuais afirmavam que os pobres não tinha uma saudade
esteticamente elaborada para usufruir da Máquina da Saudade. Sobre esse tema, um estudo
publicado por um grupo de sociólogos, conclui com os seguintes trechos: “as
pessoas pobres sentem melancolias, tristezas
e até sentimentos parecidos com uma nostalgia mas com certeza não sentem
saudade: isso exige uma senso estético
de nostalgia bem elaborado” (p.56) e, em seguida diz que “o problema da saudade
entre as classes mais humildes eram as músicas de baixa qualidade que os pobres
ouviam, ao sentir saudade” (p.64). A partir dos resultados desses estudos –
financiados integralmente pelas empresas interessadas na Saudade</span><span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 150%;">™</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> - os governos já preparavam
campanhas educativas e a polícia para reprimir e até mesmo eliminar qualquer
manifestação musical nos bairros e cidades mais pobres. <o:p></o:p></span></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-2935790948257216182014-04-02T19:30:00.000-07:002014-04-09T07:26:19.635-07:00Chega de Saudade ®<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> É
com grande orgulho que uma coalizão internacional de cientistas anunciou a invenção de uma máquina de teletransporte voltada exclusivamente para pessoas que estejam sentindo saudade. O mecanismo consiste em uma poltrona em que o “
teletransportante” senta e deixa seu corpo ser conectado por eletrodos que, por
sua vez, são programados para detectar os impulsos elétricos e
neurotransmissores que o cérebro emite quando um ser humano sente saudades.
Caso a máquina detectar ondas cerebrais compatíveis com o sentimento de
saudade, é acionado a complicada aceleração de átomos que gera energia para a
transferência direta da matéria do corpo para qualquer local do mundo em um
tempo de no máximo duas horas. “Basta apenas sentir saudade de alguém e que próximo
ao local que esse alguém esteja tenha uma subestação para finalizar o
teletransporte” declarou um dos pesquisadores da equipe que criou a máquina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Dentro
dessa nova era dos deslocamentos humanos alguns novos problemas se avizinham. Cientistas,
políticos e lingüistas portugueses rapidamente articularam uma campanha para
patentear o nome da máquina, alegando que a palavra “saudade” seria exclusividade do idioma
lusófono. Em um longo manifesto contendo
inúmeras citações dos poetas Camões e Fernando Pessoa, composições de Fado e frases dos navegantes do
século XVI, os lusitanos defendiam um suposto privilégio da língua portuguesa
de ter um verbete específico para descrever os sentimentos de melancolia que
tomam que tomam o ser humano ao sentir falta de alguém ou de algo que está distante. Desviando
das questões de uma grave crise econômica que atravessava o seu país, o
presidente português exaltava a volta de Portugal ao seu “lugar” de vanguarda
das grandes viagens de descoberta da humanidade, agora não mais em naus e
caravelas, mas nas poltronas do teletransporte. Por sua vez, alguns artistas do Brasil tentaram
elaborar seu próprio “ manifesto da saudade” alegando que esta palavra teve seu
significado bastante influenciado pela cultura musical brasileira. Os brasileiros
exigem que, ao menos, sejam tocadas os clássicos da bossa nova como música
ambiente nos compartimentos da agora chamada” Máquina da Saudade” . Nessas disputas não foram ouvidas as ambições
políticas, culturais e nem opiniões dos representantes dos países
lusófonos da África e Ásia. Na verdade, esses
continentes ganharam o centro das discussões quando ministros e embaixadores de alguns
Estados europeus declararam preocupações
quanto a possibilidade de quando a “Máquina da Saudade “ fosse popularizada, gerasse uma imigração em massa - via teletransporte – para
a Europa de parentes dos cidadãos
descendentes de africanos e asiáticos.
Os EUA também declararam algo parecido ao temer uma invasão de mexicanos e
“outras espécies de latinos” nas palavras de um senador texano. Os parlamentares destes países prometeram propor leis e estatutos para controlar a
saudade dos imigrantes e de seus familiares e, assim, manter a paz e a ordem
pública. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Setores
das classes empresariais das grandes multinacionais levantaram as possibilidades
do uso comercial da Máquina da Saudade como uma forma de transporte que iria evitar gastos de dinheiro e tempo com horas e horas de escalas e vôos dos
representantes comerciais . Contudo,
como já foi dito, a máquina apenas funcionava com neurotransmissores específicos
da “ saudade”: os empresários, acostumados a vida dinâmica de várias viagens,
reuniões e compromissos em diferentes países pouco se importavam em sentir saudades
e se as sentiam, era bem longe das viagens de negócio e das reuniões nas salas das empresas que
estavam as pessoas que lhe faziam falta. ( Empresas de transporte aéreo, assustadas
com a possibilidade de perder passageiros e até mesmo sua função, lançaram
promoções que em outros tempos soariam irreais devido ao preço baixo das
passagens). Uma conhecida multinacional do ramo farmacêutico lançou investimentos
de pesquisa para que cientistas isolassem os transmissores químicos que
permitem ao cérebro humano sentir saudade e assim, fazer pílula ou
até mesmo uma injeção para viabilizar as viagens dos homens de negócio na
Máquina da Saudade. A “aspirina da
saudade” iria se juntar as já conhecidas drogas , lícitas e ilícitas, para
dormir, manter-se acordado, acalmar e
controlar ansiedade, controlar o apetite e outras disfunções do corpo humano
submetido a uma rotina de viagens e compromissos que ultrapassam as 24 horas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Debates
filosóficos e teológicos foram mobilizados pelas possibilidades da “Máquina da Saudade”.
Sociólogos e movimentos sociais preocupados com as transformações nas relações
sociais causadas pela nova invenção
começaram a denunciar os perigos de uma “ditadura da saudade” para se
encaixar nos padrões definidos pela Máquina. Nos bares e restaurantes, bêbados e poetas
clamavam versos aos sentimentos de saudade, faziam piadas e se questionavam se aos domingos - dia maior do tédio e do carrossel de
lembranças mais forte – haveria um congestionamento e filas infinitas para
utilizar as máquinas. Também aos
domingos os padres falavam suas preocupações e faziam reinterpretações da
bíblia para adaptar os dogmas da Igreja Católica de acordo com as cartas e
declarações do Papa sobre a Máquina da Saudade. Alguns fiéis mais exaltados falavam que esta
máquina era uma tentação e um sinal do Fim do Mundo: era nada mais que o arrebatamento de pessoas
profetizado no livro de Apocalipse. Os recém-casados, já estavam questionando
sua fidelidade ao matrimônio, jurada diante de seus cônjuges e a Deus, caso
pudessem usar discretamente a Máquina para rever seus namorados e namoradas do
passado que ainda tinham saudade. As
cartomantes pensavam em como mudar suas propagandas
nos jornais: falar que “ traz a pessoa amada em três dias” não faria mais sentido
após a invenção da Máquina da Saudade.
Aqueles que sentiam a mais dura
das saudades - a da morte - enchiam os tinham esperança de que a Máquina fosse
um dia aperfeiçoada para que pudessem rever os parentes mortos que tanto eles
guardam nas suas memórias. Cogitava-se
também a capacidade da Máquina teletransportar partes de si distribuindo-se
em vários locais com as diferentes pessoas que sentiam saudade. “A cabeça
estaria no bar com os amigos, o corpo com as amantes, e talvez um pedaço da
perna para os filhos”, Alguns, não satisfeitos em matar a saudade de pessoas,
queriam saber se a Máquina também possibilitaria viajar no tempo e reviver os momentos das suas infâncias que deixaram saudades. Será que a Máquina da
Saudade resolveria a eterna fábrica de insatisfações humanas de desejar
incessante e de imediato coisas que não vai poder alcançar? <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> As
últimas notícias que temos falam de conflitos, protestos e resistências por
parte de jovens de vários países a se cadastrar nos programas governamentais da
Máquina da Saudade. Eles alegam que a
Máquina vai fazer com que se perca a
magia dos encontros e dos laços sentimentais entre os seres humanos. Preferem utilizar os meios de comunicação comuns como a
internet, telefone e videoconferências para expressar sua saudade. Alguns
adolescentes até resolveram radicalizar a luta e aboliram até mesmo os celulares
das suas estratégias de saudade. Montaram grupos de resgate de poesias e livros
– um neo romantismo anti-teletransporte - e enviam apenas cartões postais, telegramas,
bilhetes e cartas as pessoas que lhe sentem falta. Assim “pode-se
aproveitar mais intensamente os efeitos alucinógenos da saudade”; diz uma jovem
francesa de 16 anos - mas vestida como uma nobre do século XV - que aboliu o
celular e redes sociais da sua vida e pretende passar o próximo ano apenas visitando
amigos de infância que não vê há muito
tempo. Um movimento mais violento são as ameaças de grupos terroristas de
explodir bombas e seqüestrar cientistas que estejam envolvidos nos projetos da
Máquina da Saudade. Os serviços de
inteligência de vários países investigam se esses terroristas estão sendo financiados
diretamente pelas empresas do setor fonográfico que temem que a Máquina torne
obsoletas as vendas no mercado de músicas. Como compor canções e emplacar
sucessos de amor em um mundo que não há mais a saudade?<o:p></o:p></span></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-73380674408474008532014-01-21T16:59:00.000-08:002014-01-26T07:17:41.226-08:00Cronograma de uma faxina<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
(...) que tudo quanto contemplas mudará dentro de um instante e não mais existirá. Pensa em quantas mudanças já assististe. O cosmos é mutação; a vida, opinião.</div>
</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
( Marco Aurélio- Meditações) </div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<br />
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<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">09:00
– Acordar, fazer café, preparar sabão, vassouras, panos, desinfetantes e luvas.
Rasgar camisas velhas e usar também como pano de chão.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">10:00
– Limpando os quartos, tirar poeira das janelas, varrer, colocar produtos para
deixar o chão brilhante. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">11:30
– A faxina está adiantada. Já avançou nos 2 quartos do apartamento, tirou a
poeira dos quadros de Charles Chaplin, retirou as manchas na moldura do quadro
de Jesus – que mexe os olhos caso você mude de lado ao observa-lo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os CDs que ficam empilhados devem ser limpos
um por um.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">13:30
– Saída para almoço. Como não fez o almoço em casa ficou mais fácil para limpar
a cozinha. Deslizar as esponjas e terminar de lavar umas canecas e pratos que
sobraram do jantar de ontem. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">14:30
– Com a limpeza do banheiro pode-se dizer que a faxina está bastante adiantada
no cronograma. Produtos para colocar no pano de chão, sprays de fragrância
forte, naftalinas, usar água do chuveiro para encher o balde, molhar o pano.
Passar o rodo. Usar luvas para limpar o vaso sanitário. O principal é esconder
o cheiro que as pessoas produzem quando vão ao banheiro. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">15:30
- <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Falta apenas 1 quarto. Nem toda faxina que se faz
na casa tem o objetivo limpar esse quarto. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É o quarto das tralhas, dos restos, das nuvens
de poeira e seus fiéis guardiães: os cupins e baratas. As visitas da casa não
vão pra esse quarto</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">15:40
– Começa retirando os livros de uma velha prateleira. Livros de primeiros
socorros antigos. Parecem ter sido feitos entre a década de 1960 e 1970.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No meio do livro há <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>fotos de pessoas desmaiadas, picadas por
cobras, insetos, com<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>queimaduras e
fraturas. Fica a pergunta: como será que estão essas pessoas hoje? Como elas se
sentem por seus ferimentos serem considerados exemplares? Elas estão mortas ou
vivas? No fim do livro tem um aviso para cuidados em caso de uma bomba atômica
estourar. O livro dá poucas esperanças . Apenas sugere <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que, caso você sobreviva, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>deve usar roupas brancas pra evitar a
radiação. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">15:45
– Achou uma caixa com uma coleção de livros chamada de “ Manual de convivência
familiar”. Os livros tinham pequenas aranhas amassadas entre uma das páginas
que falavam como deve ser uma “ boa esposa, um bom filho, um bom marido”.
Pensou se era melhor jogar fora aqueles livros ou se era melhor manter em casa
empoeirando e sendo comido por traças. “Melhor essas ideias antigas mofando
aqui em casa do que perambulando por ai” pensou. Mas ainda dava pra salvar um
dos livros com receitas de tortas e bolos : independente dos valores familiares
de quem fosse manipular o açúcar, leite e ovos e colocar no forno para assar , </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">15:50
-<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Achou suas antigas agendas. Pequenas
anotações feitas em 2003, 1998, 2006, 2004 mostravam seus compromissos e
tarefas para resolver naqueles dias que agora pareciam muito distantes. O
“dever de casa” de matemática da quarta série no qual quase não conseguia fazer.
Chorou muito por não saber fazer uma soma junto com uma duas divisões e uma
multiplicação. Na agenda de 2004 tinha as assinaturas coloridas de algumas
amigas. Em outras páginas das agendinhas<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>anotou um número e não colocou o nome. Não se sabe mais pra que e nem
pra quem era aquele número. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em 2011,
folheou 10 dias da agenda do mês de setembro e viu que estava com um prazo pra
cumprir. Anotava para não esquecer todo dia o nome do trabalho da universidade
e no fim do mês, não conseguiu terminar a tempo. Ou melhor, terminou, mas ficou
faltando algumas partes. Mas tudo correu bem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">16:00
– Achou em uma caixa de sapatos uma pilha de papéis. Um, que era mais largo,
era o cardiograma de uma tia que faleceu há dois anos. 14 de outubro de 1999,
quatro da tarde, dizia nos registros do exame. As curvas dos batimentos
cardíacos subiam e desciam. O que se passava naquele coração para fazer com que
fossem desenhadas as oscilações no papel quadriculado?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">16:10
– Mas afinal de contas era uma caixa de sapatos ou um mausoléu coletivo?
Embaixo do papelão havia algumas fotos de obituários. Interessante como são
editadas as fotografias comuns das pessoas depois que elas morrem. Naquela foto
de um amigo em frente a uma cachoeira, recortaram o rosto dele, colocaram em um
papel de parede de nuvens e pôr-do-sol e por fim, colocaram a data e horário da
missa de sétimo dia. Quando você morrer vão editar aquela sua foto na praia, vão
esticar ou diminuir o seu sorriso e enquadrá-lo em um fundo de nuvens. Nada
escapa a esse destino.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">16:10
- <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Contas de luz, extratos bancários
apagados, cupons fiscais. 04 de outubro de 2006, tinha aberto a primeira conta
bancária fazia menos de 1 mês e às 18h foi a um shopping conferir se tinha
dinheiro. Tinha pouco, mas até que deu pra ir ao cinema e assistir um filme.
Não dá pra ver que filme era, pois o ticket estava apagado. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já o extrato da conta bancária no dia 19 de
maio de 2010 trazia um cenário financeiro mais esperançoso do que em 2006. Mas
havia <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>tinha outros gastos e
preocupações. Comprou um DVD de uma banda pra presentear uma amiga nesse dia.
Lembrou que estava em dúvida se o que sentia por ela era amizade ou algo
diferente. Resolveu permanecer como amigos. Mas o valor baixo da conta de luz
de julho de 2010 provava que algo diferente aconteceu na relação entre ele e
sua amiga. Os dois viajaram todo aquele mês juntos e ele não teve tempo de
produzir kilowhats em casa e nem de juntar tristezas naquele mês. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">16:15
– Achou as caixas com presentes e cartas de namoradas, ex-namoradas, ficantes e
outras espécies que habitam a fauna e flora dos corações, nervos e lembranças. Viu
uns pacotes vazios de camisinha espalhados e achou difícil lembrar de como e
quando tinha feito toda aquela diversão.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Escavou e leu as cartas. Não se sabe ainda se e nem quando o amor um dia
acaba ou começa.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas jamais se duvidará
de sua capacidade de dar e retirar sentido das coisas mais banais. Um saboroso
lixo que serve para traçar trincheiras onde guerreiam colagens de revistas,
trechos de músicas que se adaptavam ao casal, pedras achadas na rua, ursinhos,
colares, ingressos de shows, origamis, papéis de hambúrguer de uma rede de fast
food, tampas de garrafa, rolhas de vinho e botões de camisa. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Muitos momentos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">16:30
– As baratas, traças e cupins que estavam esquecidos saem de uns buracos entre
as paredes e os livros. Não se sabe se pelo cheiro de mofo ou pelo peso das
lembranças a faxina foi suspensa por tempo indeterminado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>***</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É
no retalho, na aposta, a incompletude, os “quases”, na oscilação e nas
probabilidades que a vida é costurada.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Infelizmente viajar no tempo não é como nos filmes de ficção. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nós não pegamos um carro e escolhemos a data,
nem temos como amigo um cientista excêntrico e dedicado a construir uma máquina
com todas aquelas luzes e barulhos para ir ao passado ou ao futuro. Jamais um
cavaleiro medieval irá aparecer na porta de nossa casa. Também é pouco provável
que um andróide venha do futuro para nos salvar ou para iniciar uma guerra que
irá dizimar mais da metade da humanidade. Basta uma lembrança e o efeito
silencioso de algo escrito numa agenda, uma foto ou um bilhetinho de 8, 10 anos
atrás para nos destruir ou vir a nos salvar de nós mesmos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<br />
<br />Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-13241287908872847082013-09-22T09:28:00.000-07:002013-09-22T09:38:00.455-07:00 Al otro lado del rio<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O reservado adolescente Heráclito
adicionou um novo evento ao seu cotidiano: ir
logo cedo a um rio que passava próximo a cidade de Éfeso e ficar sentado
nas margens ou colocar os pés na água e passar horas olhando pros círculos que a
correnteza fazia nos calcanhares. Vez ou outra algumas crianças viam Heráclito e
começavam a imita-lo colocando e tirando
os pés da água. . “Tudo flui” falou quase que automaticamente Heráclito ao
apalpar uma grande espinha que vinha nascendo no seu queixo e ver ,em uma mesma
cena, a risada das crianças no dando golpes na água, jogando gotas, formando
espumas, bolhas e pequenos arco íris na luz do sol. Heráclito sentiu uma grande alegria junto a
uma vontade de ir a outra margem do rio.
Porém, suspirou e lamentou não saber nadar bem pra fazer isso<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Indo para casa Heráclito para e vê uma
multidão numa praça. E, entrando mais no centro da multidão, percebeu que o
centro das atenções era um jovem bonito e bem vestido chamado Parmênides
apresentado como filósofo e bajulado por lideranças políticas locais da cidade
de Èfeso. Por um momento todos silenciaram e Parmênides começou a contar sobre um
manuscrito que estava elaborando: um bocado de histórias sobre um pequeno
príncipe que morava sozinho em uma ilha em que apareciam raposas e outros
seres. Parmênides usou uma das reflexões desta fábula do principezinho – que desde
o início Heráclito achou horrível e de mau gosto - para falar da sua filosofia sobre a
permanência de elementos do cosmos e
soltou a seguinte frase : “ o essencial é invisível aos olhos”. Neste
exato momento o impulso crítico de Heráclito ganhou força e ele entrou em um
dilema – muito comum nos dias atuais quando jovens vêem opiniões contraditórias
nas redes sociais - discordar ou não
discordar? Vale a pena discutir com esse
babaca?. Ao mesmo tempo que Heráclito apertava a espinha no queixo a ponto de
estoura-la ele sentia subir uma voz interior – como se um ventríloquo tivesse
dado o comando, já estava dizendo: <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 21.3pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“Pelo contrário, não se
pode tomar banho duas vezes no mesmo rio. Tudo flui, nada persiste nem
permanece o mesmo”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Há mais panelinhas, fofocas e baixarias
sobre as disputas entre Parmênides ( o filosófo da essência) e Heráclito ( o
filósofo transformação) do que nossa vã filosofia possa acreditar. A famosa
frase do rio gerou toda uma fúria por parte de Parmênides. Habituado – na sua
essência- a não ser contrariado pelos pais ele viu em Heráclito um oponente que
precisava destruir a todo custo. Nem sequer pediu pra Heráclito explicar melhor
a sua questão fluvial e foi logo fazendo apostas: “ desafio você a provar isso
no próprio rio”. Heráclito aceitou a
proposta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Com uma multidão acompanhando, os dois chegaram
a o rio que passava perto de Éfeso. Heráclito apresentou seu argumento colocando
os pés na água durante duas vezes. Na primeira vez apenas colocou os pés na água e depois saiu –
nesse momento alguns habitantes de Éfeso juram que viram Heráclito andando na
superfície do rio, mas não há provas disso. Na segunda vez colocou dinovo os
pés na água e jogou uma folha seca no
rio. Por fim, apontou ela sendo levada pela correnteza. O argumento estava pronto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Parmênides estava horrorizado pois não
sabia explicar sua ideia outrora tão brilhante de essência diante desta visão
da folha ziguezagueando e indo embora na correnteza. (Pior era o público que entediado com a
disputa foi aos poucos esvaziando as margens do rio). Atacado de fúria Parmênides foi para a
hospedaria da cidade, pensar alguma forma de contrariar a brilhante
constatação de Heráclito. Os três seguintes dias foram dedicados as mais
variadas e bizarras ações comandadas por Parmênides:<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Primeiro dia</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">:
Parmênides contratou um certo número de escravos para cavar buracos e encher
eles com a água do rio: com a água parada poderia provar a essência das coisas ( além de tentar causar uma epidemia de dengue na cidade).
Mas com o tempo a água dos buracos batia na terra e virava lama ou evaporava.
Heráclito olhava apenas sorrindo e repetia “ tudo flui”. E repetidas
vezes Parmênides deu ordens aos escravos para cavar grandes buracos, chegando
mesmo a construir um pequeno lago desviando água do rio. Parmênides também sugeriu que os escravos
fizessem uma pequena ponte de madeira no rio para provar que a ponte era
essência e o rio a aparência. Não se sabe se cansados de levar insultos e
chicotadas ou se por uma afinidade filosófica com Heráclito os escravos se
reuniram e elegeram um líder para dizer a Parmênides: “ não adianta, tudo flui”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Segundo dia</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">:
Pobres animais que se envolvem nas disputas entre dois filósofos!. Principalmente quando um dos filósofos
odiava ser contrariado. No segundo dia Parmênides comprou um grande rebanho de
bois e cabras e, em seguida, mandou matar todos e retirar o couro dos
animais. Em seguida, encomendou a todos
os alfaiates de Èfeso que costurassem a pele dos animais e juntassem umas
estacas de forma a fazer um “ depósito” de
água do tamanho de uma piscina dessas que as crianças dos dias atuais usam
para se banhar aos domingos. Orgulhoso e crente de que agora o argumento de
Heráclito ia ser vencido, Parmênides se despiu e caiu na piscina. Porém após um
tempo ao sol o couro dos animais ressecou e as costuras se romperam estourando
a água e o filosófo Parmênides por todos
os lados. “ Tudo flui” disse novamente
Heráclito ao ver Parmênides pelado caído em uma mistura de lama e pedaços de couro que
começavam a apodrecer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Terceiro e último dia: </span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tudo aparentava que
Parmênides, após a humilhação do dia
anterior, tinha ido embora de Éfeso. Então Heráclito seguiu sua rotina de ir ao rio molhar os pés e brincar com as crianças. Contudo
já próximo ao rio Heráclito pisou em uma pedra e ela afundou. Era um buraco
feito pelos escravos de Parmênides. E o pior: estava cheio de esterco de vaca. Parmênides apareceu sorrindo na parte de cima
do buraco e jogou uma corda. Com a habitual calma Heráclito subiu e recebeu as
zombarias de Parmênides: “ veja bem, meu argumento está certo: há uma essência
e uma aparência, você está sujo de merda, resta escolher se isso é sua essência
ou aparência”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> É
deveras intrigante imaginar que toda uma disputa filosófica acerca de uma ética
de transformação e outra de imanência que dividiu e ainda divide o pensamento
humano poder ter sido travada em torno de excrementos de animais. Sujo de
bosta, Heráclito ignorou as risadas de Parmênides e seguiu rumo ao rio.
Chegando lá colocou os pés na água e foi mais fundo e deixou a correnteza bater
sob seu corpo levando os pedaços e porções de merda que estavam no seu
corpo. Em seguida mergulhou a cabeça. Esse “desbatismo” fecal de Heráclito foi o
sinal da derrota de Parmênides. A sensação de que tinha perdido aumentou ainda
mais quando crianças que estavam perto do rio se aproximaram e fizeram uma
espécie de círculo e dançavam em torno do filosófo da “ essência” . As crianças
cantarolavam dizendo que “tudo flui e tudo se transforma”. Enquanto isso, Heráclito percebeu que já
estava fazendo um Sol alaranjado do fim da tarde. No reflexo das águas do rio enxergou
a real beleza no fato de tudo ser transitório. Heráclito sentiu algo que até
então era indescritível e inexplicável – e continuou sendo por milênios até o
século XX quando o escritor Marcel Proust descreveu a sensação de nostalgia e
infinitude sentida por um personagem dos seus livros ao comer um bolinho e
tomar um gole de chá. Após limpar toda aquela merda, Heráclito mergulhou
novamente no rio e dessa vez não foi mais visto. Não se sabe se ele tentou
nadar ou se deixou apenas levar pela correnteza.<o:p></o:p></span></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-46223592734181454652013-05-24T17:30:00.001-07:002013-05-24T19:31:57.529-07:00Meu avô era Santiago.<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 24px; margin-bottom: 3px; overflow: hidden; text-align: right;">
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 2.25pt;">
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 2.25pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"Old man look at my life</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 2.25pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">I'm a lot like you were</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 2.25pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Old man look at my life</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 2.25pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Twenty four and there's so
much more</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 2.25pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Live alone in a paradise</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 2.25pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">That makes me think of two"</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i style="line-height: normal;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> ( Neil Young - Old Man<span style="color: #a3a3a3;">) </span></span></i><i style="color: #a3a3a3;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></i></span></div>
</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i>
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ontem eu vi uma foto do
meu avô em uma praia. Por um movimento de câmera a foto acabou registrando apenas
ele sozinho na diagonal e , mais afastado e prateado pelo sol, o mar. Mesmo
usando um desajeitado calção de banho, o velho mantinha seu olhar característico:
distante, imponente e sério. Contudo, eu nunca liguei a imagem daquele senhor a
praia, nem tampouco ao mar. O habitat do velho era o mato adentro, para além das
cercas, sol, pó,poeira e ventania. Mas tal
qual a bravura de um Santiago diante do grande marlim azul, o velho destrinchava
e feria suas mãos, misturava e rasgava um pequeno e seco pedaço de terra. Boa
parte dessa terra ficava em uma estrada que ,quando era "ano" de chuvas, transformava-se
em rio. Mas mesmo com Sol e chuva na sua estrada, o meu avô estava cultivando e
tentando retirar algo daquele solo. Não
o fazia por necessidade, mas por alguma espécie de paixão pela terra. “Mesmo
sem pegar nenhum peixe, o velho pescador Santiago amava tanto o mar que o
chamava como uma mulher, <i>la mer</i>, que é o nome em espanhol que o chamam quando
realmente lhe querem bem”. Mesmo quase cultivando em cima de rochas, o velho
insistia em capinar, arar e depois plantar algumas sementes pequenas de milho
ou feijão. Chegava uma época que era impossível querer plantar algo se não
tivesse alguma chuva. Como um grande<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
marlim despedaçado por tubarões a terra jazia despedaçada pela seca.</span> Mas
o que vocês diriam dessa coisa que não dá mais pé? Mesmo quando não conseguia plantar
e fazer crescer algo, o velho ficava
olhando para o horizonte e, quieto, aceitava seu destino. O sol batia na cabeça
do meu avô que ,ao mesmo tempo que sustentava um grande chapéu, servia como
apoio para sonhos e pensamentos que mantinham uma inabalável confiança na vida.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quase tudo o que nele
existia era velho, quieto e comedido, com exceção de sua ternura. Talvez durante
uma fase mais jovem de sua vida o meu avô queria ser um grande herói das
estradas. Viajou e morou para locais distantes para trabalhar em ofícios
diferentes daquilo que gostava. Subiu novas montanhas tentou diamantes procurar
e sofreu por morar em lugares que eram hostis a pessoas de sua origem. Ficou
desnorteado, como é comum no seu tempo. Mas mesmo vivendo assim ele não
esqueceu de amar, e pelos problemas e dores descobriu o poder da alegria. Penso que foi assim que meu avô aprendeu a ter uma ternura simples e direta em
meio a uma postura que ,por vezes, aparentava ser de rigidez e hostilidade que
só os velhos “ brutos” tem. Apesar de carregar uma grande faca na cintura e de sua
camisa e seu ar forte de caçador o velho gostava de dar risadas altas enquanto
brincava com filhotes de gatos. Saindo da postura de “homem forte” o velho não
abria mão e nem tinha vergonha de abraçar e beijar os netos. Até mesmo odiando
futebol, o velho adorava ficar ao lado dos pequenos na hora dos jogos e ria alto
ao ouvir os guris chamando palavrões que mal sabiam o que significava. Diante
dos netos parecia que meu avô lembrava o riso que tinha e que, ás vezes,
esquecia entre os dentes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nas madrugadas, bastava
um gosto de sol na boca da noite para que o velho acordasse e colocasse o pé na
estrada para ir pra sua pequena terra, o seu “roçado”. Foi ali que, por mais que afirmar isso seja temporalmente
absurdo, e<i>u vi o velho me dar adeus anos antes dele realmente se despedir</i>. Ao
longe a cena: parado no meio do roçado, o sol na cabeça, o velho para
de mexer a terra durante alguns segundos e de longe penso ver - se não me enganou a miopia ou reflexo solar – mãos calosas
soltando as ferramentas e me dando um aceno de despedida. <span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">As mãos que dizem adeus são pássaros que
vão morrendo lentamente, Quintana acertou. </span>Talvez o velho queria ficar guardado dessa
forma na minha memória: um simples agricultor que não se esvai diante dos
embates e das vicissitudes da vida, que se conformava com os triunfos e
derrotas de forma sábia e tranqüila. Meu avô era, antes de tudo, um forte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-yUOjd5Nuh60/UaAHpDSlONI/AAAAAAAAAp8/rietwexAW1Q/s1600/O+velho+e+o+Mar11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-yUOjd5Nuh60/UaAHpDSlONI/AAAAAAAAAp8/rietwexAW1Q/s320/O+velho+e+o+Mar11.jpg" width="222" /></a></div>
<br />
<b>Aviso aos navegantes:</b> quando morremos nos desintegramos espalhamos um big bang de lembranças, situações na memória das pessoas que nos cercavam. Meu Mestre e avô está "disperso" em várias passagens musicais que flutuam ao redor do texto. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-60941041993764285662013-03-13T13:51:00.001-07:002013-03-17T18:05:52.804-07:00Santa Maria das Umburanas<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">"Maria, Maria</span></i><i><span style="color: #333333; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br />
<span style="background: white;">É um dom, uma certa magia</span><br />
<span style="background: white;">Uma força que nos alerta (...)<span class="apple-converted-space"> </span></span><br />
<span style="background: white;">Mas é preciso ter manha</span><br />
<span style="background: white;">É preciso ter graça</span><br />
<span class="textexposedshow"><span style="background: white;">É preciso ter sonho sempre</span><span style="background: white;"><br />
<span class="textexposedshow">Quem traz na pele essa marca</span><br />
<span class="textexposedshow">Possui a estranha mania</span><br />
<span class="textexposedshow">De ter fé na vida."</span><span class="apple-converted-space"> </span>( Milton Nascimento)</span></span></span><b><o:p></o:p></b></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<b>Lembro de </b>um dos melhores episódios da série<i> Cosmos</i> em que o astrônomo Carl Sagan fala que “o universo não
parece ser nem bondoso nem hostil, mas meramente indiferente a criaturas como
nós”. Essa frase me faz pensar como a
imensidão calada e ao mesmo tempo barulhenta de um céu noturno não deixa de ser
bela pelo fato de não existir ninguém que a criou ou administra. Mesmo
acreditando nessas coisas eu adorava fingir que era católico quando conversava
com minha avó. Fingia não era por maldade e sim por certo respeito. Dona Maria
era uma daquelas fervorosas <i>nonas </i>católicas
que participava de tudo na Igreja e até arriscava rezar e cantar umas músicas
em latim. Era impressionante como ela sabia tudo dos santos. Desde criança eu ficava
encantado quando Maria me contava as histórias dos mártires com suas batalhas, dragões,
lanças, sacrifícios, flechas, perseguições, milagres. Adorava também ouvir os
santos nomes e seus lugares de origem: existe algo que soe mais bonito que
pronunciar “Jorge da Capadócia”? Ou quão
bonita podia ser Nossa Senhora de Fátima em seu manto branco aparecendo para os três pastores em
Portugal? E aquela imagem de São Francisco de Assis com os animais que tinha
naquele quadro que Maria uma vez me presenteou? </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Não satisfeita em saber tudo
sobre as santidades Dona Maria também era disposta em organizar grupos de oração, desde os
corais que cantavam os hinos de louvor até o dedicado zelo na ornamentação da
igreja. Além de tudo era uma pessoa que
conseguia combinar uma simplicidade franciscana com uma disposição vicentina de
mover montanhas para ajudar as pessoas. </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Não precisamos fazer teorias
da conspiração para explicar por que o papa Bento XVI abdicou do cargo. O motivo
é óbvio. Agora que Dona Maria não está
mais viva e a igreja católica perde um dos seus principais pilares. Talvez
daqui a uns 200 anos e mais uns 3 ou 4 papas alguém vai atribuir alguns
milagres a Dona Maria e ,assim , iniciar seu processo de beatificação e canonização.
</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Por enquanto, continuo
acreditando que o céu e o universo continuam se movendo indiferentes às nossas
vidas. Mas às vezes acho que alguém lá em cima deve estar trabalhando bem na
ornamentação das estrelas e das nuvens. Desde
que Dona Maria se foi dá pra notar que o
céu está muito mais bonito. </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-27978430344237833562013-03-01T07:11:00.001-08:002013-03-01T07:11:21.958-08:0040 GB.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Meu vizinho anda muito triste. Ainda não há dados oficiais, mas ao que parece,
este morador do meu bairro perdeu os 40 GB de pornografia que tinha em seu computador.
Se no livro Moby Dick todos temem a cor
branca da ameaçadora baleia gigante aqui, o medo teve lugar na matiz azul. Tudo
começou com a aparição da tela celeste que vez ou outra vem para assombrar os computadores.
Após reiniciar a máquina tudo parecia normal mas meu vizinho percebeu que
precisava salvar todo o seu acervo de putarias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em missão digna de um
Noé da pornografia meu vizinho segue madrugada adentro atrás de todo tipo de
dispositivo móvel para salvar o que fosse possível antes do Dilúvio profetizado
na temida Tela Cérulea. Era uma corrida atrás de pendrives, CDs/DVDs virgens
até mesmo disquetes. Se fosse preciso, mataria alguém por um HD externo: uma
verdadeira Arca que salvaria todos aqueles registros de vídeos e imagens de
casais humanos. Aposto que meu vizinho havia feito downloads de todas as categorias
possíveis que todo bom pai de família – que vai às quartas e domingos com
esposa e filhos para igreja – aprecia acessar em sites pornô. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E ficou tudo Azul
dinovo e dessa vez o computador não mais voltou a funcionar. Não dormiu nada o
resto da noite e logo cedo levou a CPU para uma oficina de informática. Dentro
de dois dias veio a informação de que havia dado perda total no disco rígido. Neste
momento, não se sabe bem o que aconteceu dentro de sua cabeça. Talvez imaginou –se
sobrevoando uma enorme planície azul em que milhares de casais humanos acasalavam
de várias formas e posições e, ao mesmo tempo, davam adeus ao meu vizinho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Passou o resto da
semana perdido em melancolia. Algo como uma nostalgia masturbatória bateu nele. Apontava
para nossos amigos na rua e dizia “essa atual geração de jovens possui matéria
prima pra se divertir fácil demais, bom era nos meus tempos em que ficava
escondido espiava as primas, tias, amigas da irmã ou senão roubava revistas das
bancas”.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Certa vez José Saramago disse que “</span><span style="background-color: white; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">é ainda possível chorar sobre as páginas
de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido”. Infelizmente,
o grande escritor português não está vivo para ver meu vizinho vertendo
lágrimas sobre a peça do <i>HardDisk </i>que antes abrigava toda a sua diversão contra
a monotonia diária.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-2568218825921882522012-10-31T17:58:00.002-07:002012-11-04T15:41:05.979-08:001 minuto na liturgia<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"> </span><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Era um rapaz muito concentrado na sua dominical e
reconfortante atividade cristã católica apostólica romana e mais tantos outros
tantos adjetivos em português e em latim criados na sua já fervorosa jovem religiosidade. Pouco
depois da metade da missa quando ainda havia uma fila para que os fiéis
recebessem a hóstia e o conforto de seus pecados, o rapaz reparou em uma garota. Apesar de que ela não era tão bonita, pode-se
logo ir dizendo, a visão do rapaz permaneceu naquela que estava de vestido azul
durante alguns segundos que se converteram em eternidades de pensamentos. As palavras punitivas que tentam disfarçar a
obscenidade dos palavrões conseguem ser mais divertidas de se falar do que os
próprios nomes proibidos. Logo de início o rapaz se perguntou se estava tendo aqueles
pensamentos lascivos e impróprios ou até mesmo alguma visão concreta de atos
fornicadores. Seu quase santo fluxo mental logo tratou de desviar aquele rio de
pensamentos impulsivos que, insistentemente vinham e voltavam durante as missas,
mas que agora, ativados pelas circularidades que aquela cor azul produzia, pareciam querer fixar-se por mais tempo.
Quando já estava imaginando a moça católica azulada numa cama, tentou congelar
o pensamento fixando em uma fotografia mental dela em que estivesse apenas
dormindo. Mas por vezes a visão de uma mulher inerte em sono profundo é mais
atraente que qualquer variação pornográfica já feita. Tentou pensar em outros assuntos, voltar a pauta da santa missa, mas seu olho era pescado pelas vestes celestes: seus movimentos leves quando ela ajoelhava e fechava os olhos para as
orações, depois sorria para as pessoas, talvez por ter recebido alguma dádiva
recente de deus. O mesmo deus infinito e pleno de sabedoria que, na opinião do
rapaz, agora agia diretamente e tentava cortar qualquer pensamento obsceno fazendo com que a garota azul erguesse discretamente as pequenas mãos próximo
ao nariz e que, com o dedo indicador, remexesse as narinas. Seria alguma
espécie de pequeno castigo divino por pensar imoralidades na hora da missa? Mas
será que deus, tão ocupado com a administração do universo e ainda por cima com as mais altas
questões morais humanas, iria enviar a um bonito nariz feminino uma mera
sujeira nasal, às vezes chamada catarro
ou catota ( dependendo da forma líquida ou sólida), para vigiar e punir
qualquer impulso sexual? Logo o mesmo ser divino que segundo o padre e as aulas
de catecismo tinha enviado seu único filho à terra e este, dentre outros milagres,
fez um cego enxergar utilizando de saliva? </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">No fim das contas as questões teológicas
e morais sobre secreções do corpo humano iam se distanciando até que não
preocupavam mais</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">o rapaz que
,desconcentrado da atividade sacra dominical, estava apaixonado. </span></div>
Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-588774642656659092012-04-06T09:39:00.003-07:002012-04-06T09:45:48.000-07:00O morcego (II): Crime e Cochilo<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="line-height: 18px;"><b><br />
</b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">A Consciência Humana é este morcego!<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Por mais que a gente faça, à noite, ele entra<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Imperceptivelmente em nosso quarto! <o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">- Augusto dos Anjos <o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: 22.5pt;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O sono dos assassinos é um descanso intrigante. Como alguém conseque dormir depois de matar alguém? Pra invocar esse tipo de sono não deve haver frivolidades tais quais contar carneirinhos. Aqui, os pobres animaizinhos são sacrificados em abatedouros imaginários, peles retiradas, sangue e miolos. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: 22.5pt;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: center;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">CRIME E COCHILO <o:p></o:p></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As horas de sono desapareceram na vida de Rodion. Trabalhava no setor administrativo de uma empresa que fabricava lindos colchões e travesseiros, mas o cansaço que a falta de sono proporcionava desaguava nas reclamações diárias do seu Chefe Meio Careca quanto à falta de concentração, erros nas tabelas de gastos e a aparência desgastada pelas olheiras. Já no fim do expediente houve uma reunião para definir as novas estratégias de marketing junto a uma palestra motivacional para os funcionários seguida de um plano de propaganda que destacasse que o “o travesseiro é o melhor companheiro para se pensar na vida antes de dormir”. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Indo pra casa, Rodion pensava em como iria fazer aquela noite para ter sono. Lembrava que metade da sua família ,sob influência de sua mãe, tomava barbitúricos como se fossem jujubas. Sua mãe era especialista em calmantes e sempre quando ligava para o filho passava horas no telefone listando remédios e seus nomes esquisitos. Essa obsessão de sua mãe por pílulas para dormir atormentava a Rodion. Imaginava que a marcação negra na embalagem destes remédios não era por acaso: os comprimidos eram lutadores de artes marciais de faixa preta que derrubavam impiedosamente quem os enfrentava. Por tais razões Rodion não era adepto a tomar remédios. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pela manhã, Rodion vai à empresa com muita dor de cabeça e cansado. Dessa forma, houve um festival de erros: entregou as tabelas do mês passado à contabilidade em vez das mais atualizadas; esqueceu de tirar cópia de um documento importante para enviar a um dos principais clientes; derramou café na mesa e esquecia de falar o <i>slogan</i> da empresa quando atendia o telefone. Como um caçador que vigia sua presa antes de atacar o Chefe Meio Careca observava tudo aquilo até que ao fim do expediente Rodion foi chamado à sala da gerência. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Rodion odiava tanto aquele Chefe Meio Careca a ponto de pedir para que quando fossemos contar a sua história destacássemos a calvície que o superior da empresa tentava esconder. Era uma luta diária de tentar fazer um penteado que pudesse esconder a faixa branca que atravessava os cabelos. Um conjunto de finos fios negros colocados de lado mostrava uma cômica e inútil resistência capilar a um destino final. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Naquele dia o Chefe Meio Careca encurralou Rodion: falou de metas na empresa a cumprir, que pagar funcionários era gasto. Em pouco tempo conseguiu falar o par de palavras “custo-benefício” várias vezes! Finalizado os insultos de tipo empresarial, começaram a intromissão e ofensas pessoais. O Chefe Meio Careca reclamava que Rodion deveria esquecer sua ex-esposa pra viver normalmente sua vida, e que até “pagaria” alguma mulheres desde que usasse os colchões da empresa com elas. Soltou um riso tuberculoso e, em seguida, chamou os outros funcionários da empresa e fez um belíssimo discurso sobre “acolchoar as amizades” e abraçou Rodion. <o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: center;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">“O travesseiro é o melhor companheiro pra se pensar na vida antes de dormir”<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os funcionários repetiram em coro a frase. Além de notar mais uma vez o quanto ridículo era esse<i> slogan -, </i>Rodion percebeu que aquilo era na verdade um aviso de quase demissão, um ultimato para que começasse a ter um bom rendimento na empresa. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando chegou a noite estava angustiado pois não sabia como iria suportar mais horas de insônia. Quanto mais pensava na falta de dormir, dormir se tornava mais difícil. Lembrou de algumas páginas de um livro de auto-ajuda que tinha comprado há pouco tempo. Na verdade tinha comprado o exemplar por achar que a leitura seria tão monótona que o sono viria fácil. Apesar de não conseguir dormir após ler o livro, Rodion recordou de alguns capítulos que falavam de insônia e mostravam depoimentos de pessoas que conseguiram curar a falta de sono: a maior parte falavam de homens que dormiam após fechar os olhos e projetar sua mente numa praia deserta ou mulheres que repousavam pensando em um campo de flores <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mesmo que parecesse ridículo tal método contra a insônia, Rodion decidiu tentar. Fechou os olhos Rodion deixou sua imaginação “ a deriva” para enredos para tentar invocar o sono. Tentou projetar sua mente em praias, florestas mas se sentia bloqueado pois sempre os problemas no emprego invadiam suas memórias. <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #fff3db; background-image: initial; background-origin: initial; color: #29303b;">Não conseguiu manter sequência imaginária suficiente pra dormir, pois sempre ecoavam as cobranças do chefe e obrigações da empresa. Pensou no que tinha de fazer no dia seguinte: corrigir os próprios erros nas tabelas, fiscalizar um carregamento de travesseiros, conferir os números dos fornecedores de penas de ganso. Imaginou entrando na empresa, ligando os computadores e começando a fazer os serviços. </span></span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #fff3db; background-image: initial; background-origin: initial; color: #29303b;">Contudo, Rodion imaginou uma curiosa situação: portando um pequeno machado nas mãos ele entrava na sala do Chefe Meio Careca e educadamente abria a porta, e em seguida o atingia na cabeça exatamente no centro, apressando o serviço que a calvície já estava, gradativamente, fazendo. Talvez um único e firme golpe terminaria o serviço.</span> Uma sensação inexplicável de paz e tranquilidade invadiu a consciência de Rodion e ele rapidamente caiu em sono profundo nos macios travesseiros de ganso da empresa em que trabalhava: <o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: center; text-indent: .25in;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">“O travesseiro é o melhor companheiro pra se pensar na morte antes de dormir”<o:p></o:p></span></b></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: right; text-indent: .25in;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No outro dia tudo ao redor de Rodion fluía suavemente. Uma noite de sono como há tempos não tinha! Sabendo como fazer dormir, bastava apenas treinar e melhorar este seu método sonífero e homicida. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E assim Rodion foi acumulando completas horas de sono e de muitos assassinatos imaginários. Não satisfeito em matar apenas o Chefe Meio Careca , Rodion inventava situações de morte para outras pessoas que não gostava: imaginou a si mesmo empurrando alguns colegas de trabalho pela varanda do prédio da empresa; cortando a garganta daquela estagiária que a pouco tinha começado e já queria dar ordens na empresa; golpes de porrete na cabeça do sub-chefe que era quase tão intragável como o Meio Careca. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nos dias em que não havia ninguém específico para matar Rodion buscava aleatoriamente nas memórias do dia alguma informação aleatória para criar suas cenas. Não sobrava ninguém: o porteiro do prédio em que morava era espancado, uma faca no peito de um homem desconhecido que esbarrou na calçada chegando até mesmo um envenenamento para as crianças do vizinho que ficavam com seus brinquedos barulhentos até tarde da noite. O agradável para Rodion em criar estas situações de morte era a posição de controle total que detinha: não eram sonhos, mas enredos imaginários e conscientes e sangrentos. Era uma realidade virtual em que Rodion era um assassino onipotente! <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Um certo dia já encerrando o expediente Rodion recebeu uma ligação no celular de sua mãe. Há tempos que não falava com sua genitora. Aliás, desde que voltara a dormir regularmente sua ligação com ela havia diminuído bastante. Parecia que o assunto da insônia era o ultimo cordão umbilical de Rodion a sua mãe, quando esta vinha com todas aquelas perguntas típicas dos cuidados maternos e principalmente a indicação de remédios para dormir. Como Rodion não era mais insone sentia como se não tivesse mais nada a falar com sua mãe e por isso a conversa foi curta, disse que estava bem e que conseguiu voltar a dormir regularmente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Naquela noite, assistiu TV e depois foi para sua cama. Como já era ritual se deitou, respirou fundo e começou o processo imaginário de escolha de quem iria assassinar naquele dia para conseguir dormir. Contudo, seus pensamentos o levaram a uma sensação de horror e nojo de si mesmo, pois Rodion tinha imaginado matando sua própria mãe! Tentava escapar daquela cena buscando outras pessoas para matar mas sua mente retornava ao seguinte quadro: na antiga casa em que moravam quando o pai era vivo,sua mãe de costas na mesa cozinha separando os seus remédios para dormir e Rodion vinha com um pequeno punhal e cravava nos seus ombros e depois na garganta. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E dessa forma a insônia voltou! A criação dessa cena de matrícídio atormentou Rodion durante todo o dia. Mas a preocupação mais vital era como iria dormir aquela noite já que o a pesada culpa pela ideia do assassinato da mãe tomava de assalto aquela onipotência que Rodion pensava ter do seu método sonífero e homicida. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Deitando na cama Rodion tentava escapar daquela fotografia da senhora caída ao chão apunhalada pelo filho. Até que no desespero pensou que a única solução era criar situações de uma morte em que não havia imaginado ainda: a sua! Com a mesma engenhosidade que criava as mortes para os outros Rodion imaginava as possibilidades suicidas que iam desde se jogar na grande ponte da cidade ou do prédio da empresa; enforcamento ou um tiro na boca dentro da sala do Chefe Meio Careca e até mesmo um bizarro afogamento em penas de ganso no armazém da fábrica de travesseiros! E assim ia recobrando aos poucos obter a sensação de sono. Mas não sem antes recorrer a um ou dois comprimidos daqueles que sua mãe havia lhe indicado. <o:p></o:p></span></div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-31649478273855059902011-10-30T14:11:00.000-07:002011-10-30T14:25:38.665-07:00O morcego (1)<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><span class="apple-style-span"><i><span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial;">A Consciência Humana é este morcego!</span></i></span><i><span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial;"><br />
<span class="apple-style-span">Por mais que a gente faça, à noite, ele entra</span><br />
<span class="apple-style-span">Imperceptivelmente em nosso quarto</span></span></i><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial;">! </span></span><span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial;">- Augusto dos Anjos <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><b><br />
</b></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Não é apenas a cama que conecta o sono e o sexo: a insônia é a impotência sonífera. O comprimido do calmante é a pílula azul do insône. Para dormir precisamos pensar em algo, mas também não dormimos se pensar demais. Pra muitos dormir não é nada fácil, pois precisa de um ambiente propício, sem barulho (ou com barulho de chuva), TV ligada, música, roupas, luminosidade, tranquilidade. A verdade é que a fantasia não é monopólio do sexo. <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><b><span lang="PT-BR">A catalepsia e o fim das diferenças de classe social.<o:p></o:p></span></b></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Tinha uma velha senhora no bairro que morei na infância que dizia só se consegue dormir plenamente quanto não se tem nenhuma dívida - moral ou financeira - com algo ou alguém. Mesmo sem nenhuma destas pendências, o jovenzinho V.K.M estava numa fase que não conseguia dormir de forma alguma. A concentração na escola ia mal. Viajando em pensamentos na sala de aula, piscava os pesados olhos, ia ao banheiro, molhava o rosto mas nada reanimava. Na aula de história pouco ouvia os professores falando de pobreza, desemprego, falta de moradia e etc. já que isso estava tão distante de sua vida quanto à voz dos professores na sua cansada mente. <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Quanto ao seu nome, o K. junto ao M. não era um simples encontro de sobrenomes: significava que era muito, muito rico e não tinha motivos. O K. vinha de minha mãe - descendente de família tradicional sempre que seu avô sempre frizava que tinham vindo da Europa e que tinham ancestrais medievais nobres, o que se poderia ver nos brasões das antigas jóias da família. O M. era do pai, um desses que começou com pequenas vendas e conseguiu crescer financeiramente, justo aquela já conhecida história de vida de superação que as revistas e palestras anunciam e pedem para seguirmos o exemplo. <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Tudo começou uma certa manhã que V.K.M, não estava acordando de sonhos intranqüilos porque não conseguia fazer algo que é pré-requisito para ser um sonhador. Ficou pensando em família, escola, seus esportes, viagens de natal, negócios da empresa do pai, dinheiro, cartões, ai passava pra família, suas tias amigas de condessas e primeiras damas. Chegou um momento em que ficou simplesmente esperando a passagem do status acordado para dormindo. Será que era amor? Algum primeiro acidente amoroso na sua vida? Não era fácil saber porque V.K. na época não nos contou nada e nem contava nada a sua família. Se trancava no quarto à noite e ficava esperando o dia amanhecer. Pensava apenas em dormir, mas não conseguia dormir. Por volta dos 12 ou 13 anos, V.K descobriria que dormimos a vida inteira mas que as pessoas morrem sem aprender a dormir. <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Chegava em casa, comia algo e já via a hora avançada: mais um pouco pra começar o horário oficial de insônia. Tentou colocar alguma música pra descansar, mas nada. Comprou disquinhos que reproduziam o som de chuva que também não fizeram efeito. Deitou na cama, enrolou-se em uns cobertores e começou a pensar em algo que o fizesse dormir. As vezes, antes de dormir fazemos um inventário do que foi o dia. Foi aos cadernos da escola, pensou um pouco, folheou os livros, viu as imagens :<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: center;"><span class="apple-style-span"><b><span lang="PT-BR">-“ E se eu fosse um mendigo?”<o:p></o:p></span></b></span></div><div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: center;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Começou a pensar. Dormiria na rua, enrolado em cobertores em uma solitária noite até que uma sensação de calma o invadiu e ele dormiu profundamente...<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Dizem que o jovem Sidarta Gautama, o Buda, viveu até certa idade da sua vida foi privado pela sua rica família de todo o sofrimento mundano. Seu pai não deixava o filho sair do palácio para que ele não visse os moribundos, doentes e miseráveis das vilas e povoados próximos. Quando ele já mais velho sai e começa a ver os sofrimentos do mundo isso o angústia e daí começa seu caminho para a iluminação. Mais ou menos isso aconteceu com V.K.M. Sua projeção imaginária pra dormir colocava de ponta- cabeça qualquer ato heróico de Robin Hood: se imaginava como pobretão, sem ter onde morar e dormia como aquelas pedras que não sabemos como e nem há quantos milênios estão no topo das montanhas.<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">No dia seguinte, a vida ganhara novo sentido. Nem se fosse a sua primeira vez na cama sem ser apenas pra dormir ficaria tão alegre. Ficava horas e horas na escola esperando anoitecer pra chegar em casa e realizar sua fantasia. Diferente daquele garoto mais bonito da escola que as meninas amavam mas que quando a mãe e a irmã saiam de casa, ficava usando os vestidos dela, V.K.M achava que tinha fantasias mais interessantes pra se pensar. Quem ele seria hoje a noite? Um mendigo debaixo da ponte? Ou fixaria o corpo e mente na beira de uma estrada isolada? No frio, talvez na neve? Ou no calor, deitado nas areias da praia, de um lado as ondas batendo perto e do outro os carros passando ao lado na avenida? <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR">Um dia pensou uma situação ótima antes de dormir: era um mendigo, que dormia perto de sua escola, acampado em uns papelões apoiado em pedras e com alguns cobertores por cima. No frio matutino , via seus pais passeando com seu cachorro e suas frases ressoando nos ares: “ filho, você vive bem, hoje, mas seu pai trabalhou e a vida é dura” ; “ sua vida é muito boa, não reclame de nada” ; “ filho, tomou banho? Levou o lanche? Escovou os dentes? Está com febre? Tá precisando de dinheiro? Quanto?”. Depois via seus amigos da escola passando no ônibus, </span></span> <span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto; text-indent: 0px;">falando alto e</span> rindo de qualquer coisa.Viu algumas garotas da escola que sorriam. Sua irmã sorria bastante e acenava de longe, sendo divertida do jeito que só uma criança sabe fazer indo pros primeiros dias de aula. </div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;">No seu sono toda e qualquer luta de classes se apaziguava tranquilamente ,e assim, a cura da insônia tinha sua sentença perpétua.</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-align: justify; text-indent: .25in;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in; text-indent: .25in;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in;"><br />
</div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-23568561032901908152011-04-23T23:44:00.000-07:002011-04-24T08:41:42.526-07:00Inclusão Digital<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Os dedos são as extremidades dos</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> membros</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">dos</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> mamíferos</span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">, mas também se dá este nome a alguns</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> artículos</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">dos</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> apêndices</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">de muitos artrópodes</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">e de outros pequenos</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> animais</span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">. O que diferencia os seres humanos dos outros animais é um conjunto de particularidades de caráter proctológico e sociológico que seus dedos possuem. <u><o:p></o:p></u></span></span></div></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Touchscreen é a modernização tecnológica da proctologia aplicado a uma tela de plasma. <o:p></o:p></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"></span></span></div><div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0in; margin-right: 0in; margin-top: 0in; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 16px;">Apontar a verdade é um dissimulado procedimento proctológico. A principal ferramenta de trabalho do proctologista torna este um profissional único que, diferente de um esportista que quando perde alguns dedos nas mãos e pode vir a ser um atleta paraolímpico em várias modalidades, depende da integridade digital preservada. Se acaso houver algum proctologista polidáctilo favor compareça ao palco e coloque abaixo toda a minha teoria. </span></div></div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0in; margin-right: 0in; margin-top: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 16px;">Na infância </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 16px;">quando </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 16px;">somos duramente reprimidos quando apontamos para algo, significa que nossos pais morrem de medo de duas coisas: em primeiro lugar da possibilidade de que sejam ativadas nossas vocações para proctologia ou temem que seus filhos se tornem adultos que gostem de dedurar os outros. Ou ambos: se um dia for revelado um grande esquema de corrupção que envolvia planos de saúde dentro do Sindicato Nacional de Médicos Proctologistas, seu filho pode vir a ser o grande dedo duro. A verdade é que os filhos sempre se opõem as ordens dos pais. São gerações que possuem pontos de vista inversalmente proporcionais: exatamente como são as aftas e hemorróidas. </span></div><div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0in; margin-right: 0in; margin-top: 0in; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
</span></span></div><div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0in; margin-right: 0in; margin-top: 0in; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Touchscreen é a modernização tecnológica do dedo fura-bolo. </span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Se os indicadores sociais estão ruins, podemos dizer que a sociedade se tornou ou um polegar para baixo, ou pior, que há um imenso dedo médio socialmente constituído. Nossos dedos representam tragédias. O anelar simboliza o casamento tanto por ser o local preferido para o claustrofóbico ato de enfiar um anel, bem como pelo seu apelido de seu-vizinho excitar qualquer situação de infidelidade. O dedo mínimo serve para bater nas quinas de sofá,paredes, cadeiras e derivados, fazendo que todo ser humano utilize seus palavrões preferidos ou pratique os recém aprendidos. Todos os dedos unidos em prol de uma causa podem digitar um texto ou jogar tênis, mas o que incomoda a igreja católica são aquelas coisas manuais tipicamente masculinas. Fazer esse tipo de coisa é considerado um genocídio até pior do que apenas um dedo que aperta o botão vermelho que autoriza o lançamento de um míssil nuclear.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Vale uma menção honrosa para as vantagens que a espécie humana adquiriu no processo evolutivo a partir da combinação polegar e indicador que foi a de simular uma incômoda pistola que é mais fácil de ser apontada para os outros do que para si mesmo: a</span></span><span lang="PT-BR" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"> mão prende, o pulso dói e os tendões saltam da pele</span><span lang="PT-BR" style="color: #29303b; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">. </span></div><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-_0jmEJfdnBM/TbPJoebahEI/AAAAAAAAAk4/nEHFcal0M0w/s1600/curtir-facebook.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="122" src="http://3.bp.blogspot.com/-_0jmEJfdnBM/TbPJoebahEI/AAAAAAAAAk4/nEHFcal0M0w/s200/curtir-facebook.png" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>A inclusão digital é uma dedada.</b></td></tr>
</tbody></table> <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><br />
</div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-35196227416218300132011-01-30T14:18:00.001-08:002011-01-31T06:17:53.667-08:00Bojo<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">E levaram embora o vaso sanitário. Começou a não funcionar direito a descarga, escorrendo água pelo banheiro, rachaduras na base, até que um dia não era mais possível fazer nada. Ele ficou triste, pois o que ia embora no vaso sanitário era boa parte de sua vida . Não que tivesse feito besteiras dignas de comparações fecais. A história não trata disso. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Fazendo Xixi. </span></b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">7 anos de idade. O garoto ia no banheiro e notou que na parte interna do vaso sanitário uma pequena mancha se formava. Pensando que fosse alguma sujeira, faz xixi em cima pra ver se sai. Tenta várias vezes e nada. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">Quando se é criança qualquer detalhe chama atenção e abre espaço para uma imaginação. Toda vez que ia no banheiro para fins líquidos, só acertava na manchinha do vaso. Mirava lá e ficava apenas observando atentamente, assim como todo garotinho faz quando se dedica a alguma coisa aparentemente fútil - pra quem desaprendeu a ser criança. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mijando. </span></b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">Dizem que a hora de urinar é um dos momentos pensativos de um homem. Imagens de alívio e liberdade passando pela cabeça. Mijar é a verdadeira anistia da bexiga. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">A não ser que estivesse sozinho em banheiros públicos, o jovem jamais usava mictórios por que não se sentia a vontade. Até que bebeu umas cervejas pela primeira vez - aquilo tinha gosto estranho no início - e sentiu vontade de ir ao banheiro que estava lotado. Dos quatro mictórios apenas um estava livre: justamente o do meio. Tentou esperar, mas não dava. Ficou lá uns dois minutos apenas parado enquanto um rodízio de pessoas querendo eliminar urina acontecia nos mictórios ao lado. Estava tenso até que começou a prestar atenção nos azulejos, na tubulação do banheiro e enfim, tudo fluiu. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">Mas para a completa superação do trauma de usar um mictório em um banheiro lotado, começava a tomar medidas interessantes. Começou a prestar atenção nos pequenos buracos que todo mictório tem e tentar acertar neles. Depois de várias cervejas, isso fazia pensar em algumas coisas: <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pensamento Urinário Nº1</span></b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> : Conseguia acertar perfeitamente os buraquinhos do mictório. Não errava nenhum. Poderia quem sabe, estar revolucionando a obra de arte - já revolucionária - de Duchamp, tentando continuar a destruição de um conceito de arte a partir de um ataque uretral. A urina dissolvendo um paradigma artístico. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pensamento Urinário Nº2: </span></b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O livro dos recordes tem algumas marcações bizarras. Mas será que existia alguém no mundo que mijava tão bem feito ele? Acertava todos os buraquinhos em uma perfeição milimétrica. Mesmo entrando pra o Guiness na seção de recordes bizarros, seria o registro de uma superação - uma contribuição prática para o ato humano de urinar dirigido ao sexo masculino. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pensamento Urinário Nº3: </span></b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Depois dos exames anti-doping que pegaram Maradona, todo mundo sabe que <i>cannabis sativa</i> deixa vestígios na urina. Se for fazer exame daqueles que precisam mijar em um pote, não fume maconha senão teus pais descobrem. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pensamento Urinário Nº4 : </span></b><span lang="PT-BR" style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pensava na história que ouviu uma vez que dizia que em uma penitenciária um grupo de presos sempre mijavam no mesmo local. Depois de 10 anos, a parede </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px;">começou a ceder, o que facilitou para fazer um túnel. Mijar realmente é uma ação libertária. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span lang="PT-BR" style="color: #29303b;"><span class="Apple-style-span"> <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: #29303b;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><b><span lang="PT-BR" style="color: #29303b; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">Urinando. <o:p></o:p></span></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">As mulheres reclamam que todos os homens erram a mira do vaso sanitário. Ele era diferente, pois toda a vida desenvolveu uma mira infalível nos vasos sanitários. Bastava imaginar o local daquela manchinha no vaso sanitário- a nostalgia da infância – que jamais errava o tiro amarelo. De fato, era um Clint Eastwood urinário: antes um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que urinar fora do vaso sanitário. Chegou a um alto grau de maturidade. Não era um homem igual a todos os outros como as mulheres costumam classificar. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span">Além da questão de ser um cavalheiro apenas pelo seu método de urinar, também se preocupava com o mundo. Nos jornais, agora todos falavam uma palavra apenas: sustentabilidade. Em tudo que você faz deve ser sustentável, diziam as propagandas TV. Pensava o quanto urinar estava envolvido em um projeto de um novo modelo para gestão de recursos hídricos no mundo - bem-aventurados aqueles que urinam no banho. Urinar e não dar a descarga é uma falta de educação sustentável. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span"><i>Mas seu vaso sanitário da manchinha foi embora. Se os animais urinam pra demarcar território, ele urinou pra demarcar a vida. Talvez entraria em crise, já estava ficando velho e a coordenação motora ia se esvaindo e poderia ser que um dia o risco de uma incontinência urinária fosse real. A fralda geriátrica marca o eterno retorno em que está imersa a vida humana.</i></span></span><span class="Apple-style-span"> </span></div><div><br />
</div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-32125745170501010232010-08-22T09:26:00.000-07:002010-08-22T13:18:09.193-07:00Conto Materno kafkaniano<div align="justify">Há dias que seu filho vinha reclamando de pesadelos. Tentou anotar alguns. Dormia com um caderno ao lado pra registrar o que tinha sonhado e tentar entender de alguma forma aqueles estranhos devaneios. Mas não conseguiu. Não é como na bíblia que sonhar com sete espigas de milho significam futuros sete anos bons ou que um pesadelo com vacas magras decide o destino dos faraós. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>Acordar é a hora mais perigosa do dia</strong> </div><div align="justify"></div><div align="justify">Até que uma certa manhã, não acordou na mesma hora de sempre. O risco de ser sempre pontual está na certeza de um grave problema quando acontecer a impontualidade. </div><div align="justify"></div><div align="justify">A mesa do café da manhã ficou pronta. E nada mais. Tudo o que seu filho mais gostava: chás, bolos, biscoitos. Uma das cenas mais tristes talvez seja a de uma mesa preparada para um paladar ausente , que não veio e nem virá, como se caisse uma condenação eterna sobre o alimento. Apodrecer sem servir ao sentido que foi preparado. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Sua mãe foi ao quarto, a porta estava aberta. Nenhuma palavra, sinal ortográfico ou metáfora - por mais bem elaboradas que fossem - descreveriam o horror de um grito materno ao ver no quarto de seu filho um enorme inseto repousando na cama </div><div align="justify"></div><div align="justify">O que era aquilo? Para a mãe não era pra ser chamado de ´´aquilo``. O pai, inconformado com a situação tomou o inseticida e bombardeou na criança. A mãe correu em socorro do pobre inseto: não faça isso, pois meu filho é alérgico! E assim, todos que chamavam seu filho de ´´aquilo`` foram evitando entrar no quarto daquela criatura e por fim abandonavam a casa</div><div align="justify">.Basta acordar transformado em uma barata que você perceberá quem realmente te ama. </div><div align="justify"></div><div align="justify">A mãe fazia de tudo para o conforto de sua criança: no passado trocou fraldas, agora trocava as mudas de pele do seu inseto. E o mau cheiro? Óbvio que filhos que se transformam em baratas se sentem tão bem perante o amor e o carinho de suas mães que não cheiram mau. </div><div align="justify"></div><div align="justify">A descrição é a paralização escrita de uma imagem: a casa toda estava em ruínas e parecia abandonada, os móveis foram vendidos, sem água nem luz pois as contas estavam atrasadas. A casa ficou tida como mal assombrada na rua. Ninguem lembrava mais de visita-los. Melhor assim, pois no quarto ninguem incomodará a mais bela cena de uma mãe com seu filho no colo. Uma estranha pietá humano -artrópode</div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-8243557349894833252010-08-08T07:18:00.000-07:002010-08-08T09:51:35.385-07:00Ahab é meu pai<div align="justify"></div><div align="left"><span style="font-size:0;"><br /></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="justify"><br /></span><span style="font-size:100%;">Desde que li Moby Dick, imagino figuras poderosas masculinas como o de Capitão Ahab do navio baleeiro protagonista do livro. O capitão do mais famoso livro já escrito sobre pesca move o destino da tripulação do navio Pequod não para caçar baleias e retirar o valioso óleo ( sim, o livro é muito bom, mas muito incorreto para os dias de hoje) mas para conseguir matar a gigante baleia branca que no passado o atacou e amputou sua perna deixando também uma cicatriz enorme no seu rosto.<br />Meu pai não anda com uma perna de marfim nem nunca pescou nada, mas eu imagino ele como uma versão de um Capitão Ahab. Uma certa monomania misturada com serenidade, olhar congelado, obstinado, sempre planejando um grande destino que apenas ele compreende o motivo de tanto querer alcançar. Mas também sempre embarcando muita gente nesse destinos. e fazendo ser odiado por muitos dos tripulantes embarcados a força nesse enorme navio.<br /><br />Mas o principal: onde está a gigante baleia branca a ser destruida? Da minha parte, sou um tripulante do navio baleeiro que meu pai construiu a partir do momento em que lembro das inúmeras frases de que a ´´vida é dura``, ou os vários ´´se eu não lhe ensinar como o mundo é o próprio mundo vai lhe ensinar``, no monte de reclamações na maneira de comer, da maneira de vestir, do meu cabelo que era maior há um tempo atrás.<br /><br />O ´´mundo que vai fazer você aprender`` talvez seja o enorme e feroz cetáceo branco a ser enfrentado. Não sei. Em Moby Dick têm muitas metáforas que parecem que a baleia branca é um castigo de deus para o ódio e a vingança que movem a viagem do navio do capitão protagonista do livro. Mas o capitão Ahab paterno que eu tenho não move seus destinos por ódio, nem vingança mas por alguma palavra oculta que só ele poderia dizer mas talvez jamais diga.<br /><br />Por mais que tenha parecido, a comparação com o capitão do Pequod não é nenhuma mágoa que um filho guarde do pai e que aproveitou da data, ( e do fato de que o capitão jamais verá esse texto) para escrever agora. Quando se lê Moby Dick, de longe a figura mais admirável é a do Capitão Ahab. Apesar da história não ser narrada por ele, logo quando aparece a figura do capitão toma toda a atenção do texto e dos personagens dentro da esquizofrênica cruzada nos mares para matar a enorme baleia branca.<br />Deixo como principal na comparação entre Ahab e meu pai o fato de serem grandes figuras masculinas admiráveis que eu jamais vou ser nem metade do que eles foram, seja na literatura escrita ou na literatura da vida real cotidiana. Assim como Ahab, meu pai parece que passou por muitas situações na vida que o deixaram um homen firme perante a dureza do mundo. Inquietações, ambições, grandes feitos. Tudo isso já faz um homen ser admirável. Porém, a condução de seu destino vai ser sempre incompreensível para aqueles que embarcaram na sua vida.</span></div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-7361670418446078272009-08-09T21:47:00.000-07:002009-08-09T22:27:53.170-07:00Minto?<div align="justify">Um novo ofício poderia ser criado. Reuna alguns fatos, imagens, sobre alguma situação e após alguns minutos de conversa você sera presenteado com as mais brilhantes saidas para os seus problemas. Esquartejados os psicologos, padres, médicos, advogados, sociólogos... </div><div align="justify"></div><div align="justify">O mentiroso resolve encomendar suas esculturas moldadas da verdade. Capturando alguns detalhes de relatos dos clientes ele elabora situações imaginarias para percorrer as penumbras e lacunas do cotidiano. Desabafe. Sente-se e conte tudo o que lhe incomoda que será lapidada uma mentira pronta para resolver tudo. O mentiroso artesão tambem atende casais. Oferece ajuda nas elaborações mais consistentes das mentiras mútuas necessárias aos grandes amores verdadeiros ou naquelas verdades desnecessárias que destroem os épicos romances cotidianos. </div><div align="justify"></div><div align="justify">As encomendas seriam de numeros poderosos. O mentiroso seria um profissional de sucesso e quem sabe, criando realidades poderia resolver qualquer atrito existencial. Pensa sua vida inutil? Não fique assim. Alguns detalhes do seu viver podem ajudar a fazer uma grande farsa que lhe tranquilizará. Inventar mentiras para quem precisa seria um esforço laborativo dos mais nobres e solidários. Basta conhecer os movimentos da convivência para resolver a angustia daquele homen, porém destruindo a vida daquela, que por sua vez, precisará ser doutrinada para mentir na situação adequada e assim, enfrentar a dura realidade. O mentiroso artesão cria diamantes retos para os que estão perdidos em curvas de grafite. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>A conjunção adversativa e suas sensações contraditórias aparecem nessa grande suposição desse texto. </em></div><div align="justify"></div><div align="justify">Porém, o mentiroso artesão desiste. Abandona o ofício que seria muito lucrativo. Mesmo conhecendo a vasta literatura anti verdade, seus crimes e castigos em retratos que pretendiam mostrar uma juventude eterna mas que estavam envelhecendo, o mentiroso resolve parar. Talvez tenha dito que pretendia ser sincero consigo mesmo. Poderia estar sendo incomodado por todos os chefes de estado do mundo e até estar sendo torturado em alguma prisão de uma ilhota qualquer. Será que os homens estariam sobrecarregando o mentiroso artesão com suas mirabolantes infidelidades? E por que as mulheres não estariam reinvindicando mentiras cada vez mais tortuosas? </div><div align="justify"></div><div align="justify">O mentiroso artesão desapareceu. Diriam que tornou-se uma lenda. Em toda lenda há uma superficie de mentira. Seu desaparecimento é uma mentira. Na verdade, ele poderia perfeitamente nunca ter existido ou até ter percebido que ser deus é incômodo demais.</div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-50228755103511635182009-04-09T08:30:00.000-07:002009-04-09T09:57:21.952-07:00Cacofone<div align="justify">E se o primeiro astronauta a pisar na lua fosse gago? Horas e horas de ensaio em frente ao espelho do banheiro, buscas detalhadas em grandes metáforas da literatura pra buscar originalidade naquela que seria a frase de grande magnitude na ocasião em que pusesse o pé na superficie lunar até que... no momento certo tudo emperrasse na voz. Desonestamente o astronauta n°2 tomaria a frente da situação e diria fluentemente a tão aguardada citação enquanto nosso viajante espacial cacofônico ficaria paralisado perante seu obstáculo fonador. </div><div align="justify">Porém, a história não é tão excludente com os gagos. Moisés, alem de dividir o mar vermelho tambem dividia suas falas involuntariamente. Napoleão dava seus saltos vocais. Churchill era um stutter *. Machado de Assis dava suas cacofonadas. Hitler... não. Essa ´´celebridade`` eu envio para o departamento dos vegetarianos ( Nada contra o pessoal que não come carne. Tenho pessoas queridas herbívoras. Gosto tanto delas que sinto como se fossem pedaços de mim) </div><div align="justify">Apresentando tais personalidades históricas que compartilham a cacofonia não prentendo construir um discurso eloquente em prol dos gagos e nem promover uma ´´parada do orgulho gago``. Intenciona-se aqui mostrar um processo de pensamento cacofônico </div><div align="justify">Se há algum mudo lendo aqui deve estar rindo. Afinal de contas, nunca gaguejarão na vida mas temos nossa carta surpresa ja que nunca vi um padre no casamento dizer: ´´ quem tiver algo contra esse matrimônio, fale agora ou gagueje pra sempre``. Pelo menos os gagos são esquecidos pelas temidas correções cristãs. Gra-graças a D-d- eus. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Gaguejar envolve toda uma sistemática</div><div align="justify">1) La vem a palavra, a mente computa se da ou não pra falar direitinho... </div><div align="justify">2) Há dúvidas se a palavra vai sair inteira ou vai ser dividida ou não vai sair nada. Por isso dicionário de sinônimos. Urgente! </div><div align="justify">3) Sinônimos na busca. Caso não haja sinônimo serve o uso de frases ´´aquela coisa`` ou ´´tu sabe né? Aquilo..`` </div><div align="justify">4) Caso haja sucesso na busca de um sinônimo que consiga ser falado normalmente as vezes causa uma situação lucrativa. Afinal, vamos elaborar uma linda frase que nem todo mundo fala usando palavras bem sonoras enquanto que todo mundo usa vocabulos comuns. Isso é empolgante, mas a as vezes empolga tanto que da ansiedade e... gagueja</div><div align="justify">5) Finalmente, sucesso nas etapas. A frase sai sonora, linda , fluente após um trabalho de lapidação feito em equipe (mente, sons, cordas vocais). Enfim a comunicação é estabelecida. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Toda essa descrição me faz pensar o quanto nós gagos devemos odiar pessoas que não escutem bem. Sim, é horrível. Imagine que após todo o esforço vocal desse processo a pessoa que esta escutando diz: ´´Hã? poderia repetir por favor...`` </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-9526423886815501212008-09-14T17:21:00.000-07:002008-09-15T05:06:56.114-07:00Reflexões Opacas (1)<em>Da Morte ...</em><br /><em></em><br />Morreu fuzilado e no seu velório, onde estiveram presentes inúmeras autoridades, teve salvas de tiros em sua homenagem.<br /><br /><em>Da inveja ...</em><br /><em></em><br />Todo careca sente um incômodo ao ver um moicano<br /><br /><em>Do Padeiro ...</em><br /><em></em><br />O pão nosso de cada dia nos dai hoje, exceto aquele que o diabo amassou. Ser irônico consiste em comer o pão amassado pelo danado e ainda passar uma manteiga<br /><br /><em>Da ociosidade</em> ...<br /><br />O inútil é um ser produtivo para a ociosidade.<br /><br /><em>Do Boêmio Andarilho</em><br /><br />Bebida e movimento não combinam. Apesar da gravidade ser uma obrigação incômoda para o ébrio ainda prefiro embriagar-se com uma garrafa de vodca e depois ir embora caminhando do que ficar parado, sóbrio, em um engarrafamento.<br /><br /><em>Epitáfio do Boêmio existencial </em><br /><em></em><br /><em>Viver é estar bebendo em um bar , sendo servido por um garçom que você não vê, e sem saber nem o valor nem o momento em que vai, finalmente, encerrar a conta... </em><br /><em></em><br /><em></em><br /><em></em><br /><em></em>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-71272807069654865382008-06-01T18:05:00.000-07:002008-06-01T18:47:59.659-07:00Em Todo Epitáfio Deveria Estar Escrito Game Over.<div align="justify">As frases sobre a vida...Sensacionais. Desde as crônicas dos programas culinários matinais, passado pelos sites de relacionamento e festas de final de ano, até o início dos sermões paternos.Exclusivamente paternos. Sempre nosso pai tem aquelas pequenas frases de efeito moral sobra a vida ( Sempre iniciando com ´´a vida não é bem assim ,filho...``) . Shakespeare sabia demais essas frases. Imagino o grande dramaturgo aplicando um sermão no filho. Pobre little Shakespeare. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Mas enquanto a mim....Modéstia à parte, sou muito humilde. Não tenho essa habilidade de criar essas metáforas perfeitas sobre a vida. Sei que os fatos da vida são inesperados. Viver é estar ensaboado no banho no exato momento em que alguem toca na campainha. Também sei que a vida não é perfeita. Caso fosse perfeita ela começaria e terminaria em um orgasmo.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Mas existem comparações melhores. Desde as mais lindas até as mais pessimistas. Leia cada uma em um único dia e ainda irá perguntar-se sobre o sentido da vida.Esta ai posta a fofoca primordial da humanidade. Um segredo que ninguém conta. Cogita-se. Penso, logo insisto: viver é, pode ser ou talvez não seja todas aquelas frases que você já ouviu e ouvirá sobre a vida.</div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-70615453144094223792008-05-11T15:05:00.000-07:002008-05-11T15:21:20.348-07:00Paradoxal´´Comemorou o aniversário como nunca.E na depressão pós- ébrio,ou ressaca como preferir, estava com um copo com água e um comprimido(sim,isso,as chamados pilúlas do dia seguinte dos boêmios:os antiácidos).Estava aos quatro cantos reclamando que tinha medo da morte.As pessoas não querem envelhecer mas insistem em cantar parabéns.´´Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-58304225728230949412008-04-06T15:08:00.000-07:002008-04-06T16:15:35.917-07:00Ereção Curta de Um Pensamento Herético,Mais uma Vez<div align="justify">´´Eu sou ateu,mas morro de medo de fantasma.No limite da centralização de uma possível fé não sei se escrevo Deus ou deus.Então,para ser honesto, nessa posição de bom extremista de centro devo estar em uma posição mais ou menos neutra.Por isso escrevo D/deus.Porém,como será que o altíssimo escreveria seu próprio nome?Sei que E/e le não é analfabeto já que escreve certo por linhas tortas,mesmo que as vezes esse singular estilo de escrita faça com que frases esbarrem causando um certo caos .Pior deve ser o D/d iabo:um cronista bastante irônico,com uma mente que não perdoa ninguem e que escreve em linhas retas para falar bastante nas entrelinhas.<br />Talvez eu esteja despertando a ira celestial com esses comentários ou que os mesmos não sirvam para nenhum fim.Mas caso D/d eus resolva formatar o mundo com outro dilúvio*,a culpa não será minha.Da minha parte estou apenas pensando.Se D/d eus quiser ele não existe,mas tratando-se de minha pessoa tenho um ponto de vista diferente.Eu acredito na minha existência.Afinal de contas,sempre escrevo a 1ª letra do meu nome maiúscula.``<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />*A arca de noé foi um pendrive bíblico, e D/d eus arrependido por não ter afundado esta naufragou o Titanic. </div><div align="justify">D/d eus não escreve em cadernos.A diferença entre o céu e o inferno é que neste último pra entrar tem trote!</div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-39350975863098581752008-03-16T16:31:00.000-07:002008-03-16T17:38:15.180-07:00Autodescrição Sóbria<div align="justify">Aqui dentro desta cabine,que creio que seja e chamam de corpo,vejo cenas fantásticas.Digo que creio pois se eu for um ateu de mim mesmo estou perdido.Mas voltando,aqui dentro desenvolvo as mais lisérgicas idéias.Meu defeito é pensar demais.Já tentei bloquear pensamentos mas é tão incomôdo quanto um coito interrompido.Quando paro e penso em parar de pensar,penso o quanto isso é impensável. </div><div align="justify">Há situações impossíveis na vida.Não posso praticar triatlo.Não sei nadar nem andar de bicicleta.Essa última inaptidão é um motivo pelos qual odeio crianças pois as criaturas infantis fazem questão de desfilar com pompa e elegância na minha frente quando estão próximas de mim.Em ultima instância,não aprendi nem a falar.Mas que fique bem claro que eu não sou gago,tenho apenas um leve sotaque.E então sei apenas pensar. </div><div align="justify">Uma grande amiga minha perguntou ontem quais eram meus planos para o futuro.Primeiramente, na posteridade não quero estar morto,pois pessoas deste tipo não possuem a mínima perspectiva de vida.Mas quem está vivo não tem autoridade alguma para falar de morte.E então eu repito: nunca morri.Se você,por acaso,me viu falecer em algum lugar me perdoe mas deve estar me confundindo com outra pessoa ou talvez o senhor(a)(ita) tenha bebido algumas doses.Sou compreensível.Errar é humano( e induzir os outros ao erro tambem).Viver é fazer palavras cruzadas sem poder olhar a resposta no final. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"><br /> </div>Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-712474813658939606.post-37206112420111473162008-02-17T13:04:00.000-08:002008-02-17T13:47:33.331-08:00Reflexões Suicidas sem Intenção de Matar1-O Suícidio é uma eutanásia de si mesmo.O aborto dos adultos.<br /><br />2-Nunca vi suicida profissional.<br /><br />3-Masturbação e suicídio.Tudo auto-satisfação pessoal.<br /><br />4-A vida é minha e eu faço o que quiser com ela.O suicida defende até a morte esta afirmativa.<br /><br />5-Antes beber uma garrafa inteira de vodka do que uma de veneno.Não existe ressaca após a morte.<br /><br />6-Falando em veneno, a venda de raticidas é proibida devido ao número de suicidios usando o famigerado produto.Antes de beber o veneno os auto-homicidas deveriam pensar:Afinal de contas eu sou um homem ou um rato?<br /><br />7-A única pessoa pelo qual eu me suicidaria no mundo seria por mim mesmo.<br /><br />8-O suícidio coletivo é a própria orgia da morte.<br /><br />9-Suicidar-se é cometer um homicidio doloso de si mesmo.<br /><br />10- O Suicida é um voluntário a serviço da morte.Valdeniohttp://www.blogger.com/profile/12733172051099669820noreply@blogger.com3