domingo, 20 de novembro de 2016

A Margarida e um Bob Dylan sertanejo


Para meu pai: Antônio Enio no seu aniversário

Em um primeiro de maio de 1983, interior da Paraíba, um rapaz magro de seus vinte e poucos anos sobe em um palco improvisado pega o violão e toca uma música de protesto, a canção "Cidadão" de Zé Geraldo. Na platéia uma mulher forte ouve cada verso da música: Margarida Maria Alves, sindicalista, que morreu " na luta mas não de fome" assassinada covarde e brutalmente a mando desses ai que vivem de massacrar os pobres desse país.

O rapaz cabeludo passa nos dedos os acordes e dedilha na memória a lembrança de sua infância pobre e, assim, canta a luta e a esperança por dias melhores. Mesmo que o tempo lhe tire alguns dos cabelos. Mesmo que os homens perversos venham pisar e arrancar as flores.