domingo, 25 de fevereiro de 2007

Fugindo do Tema Parte II

Recordei-me agora das aulas de português da hoje longínqua sexta série do ensino fundamental.Ou era sétima.Nem lembro o ano porque sempre fui um aluno ruim em gramática.Tanto que para aprender a transitividade dos verbos seguia um método curioso.Primeiramente dizia-se mentalmente o verbo e tentava encaixa-lo em algum complemento simples nas perguntinhas de que? ou o que?.Caso não combinasse o verbo era chamado intransitivo.Não havia nada depois do verbo para completa o sentido.
Então na minha mente ociosa passei a pensar se não existe nada após o verbo intransitivo mais temido.Será que existe transitividade depois de morrer?Ou o vocábulo é apenas acompanhado de frios adjuntos e forçosos eufemismos?Um fato é certo:é que o verbo transitivo tão temido age geralmente na forma passiva.Infelizes são os sujeitos que agiram e escolheram de forma ativa sua Última Oração.No fundo por mais descrentes que sejam os suicidas acreditam na transitividade da vida.Porque ninguém passara do ruim para o nada existencial.
Enfim,devido a dualidade do problema não devemos deter nossa biografia em prol de uma possível transitividade.Pois a vida é um espetáculo teatral sem ensaios e que devemos aproveitar o melhor já que a apresentação pelo que sabemos é única.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Sozinho Eu Sozinho

E chegamos no carnaval.Alegria,alegria.A tristeza tirou férias:deve estar buscando algum bloco pra sair.Pois até mesmo a tristeza se cansa de acompanhar a solidão....



Cada ser humano é um bloco de carnaval.Sonhos,alegrias,tristezas,amor,ódio,loucuras.Tudo no estandarte nosso de cada dia.Somos o Eu Sozinho.Alguns desfilam na avenida de forma discreta.Outros desfilam loucamente para exibir uma grandiosidade luxuosa e disfarçar as lágrimas por trás da maquiagem dizendo ´´ei estou aqui``.Porém a quarta feira de cinzas virá a todos.
Mas de que adiantou?O Eu Sozinho sofre solitário.Dança em um silêncio industrial e sem tocar ninguém.Toque .Abraço.Uma troca de braços,moléculas,calor.Corações outrora distantes se aproximam.Entre eles existe apenas pele e ossos.Essa é a rima do meu bloco.Meu estandarte.Meu bloco do eu sozinho desfila contra o sacrificio de tudo em torno de uma vida sólida.Sólida demais.Solidão...

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Anacrônica




Periodicamente sinto que sou um disco de vinil em pleno apogeu da era free dos Mp3.O motivo disso esta na subtração entre as idades mental e física do meu ser.Não que eu seja louco(essa oração merece um parênteses,pois precisamos mais de adultos que possuam no currículo uma idade mental infantil).Após essa observação continuo minha croniqueta de mesa de bar.Repito: não sou louco.Também não sou conserva(a)dor.Apenas minhas sinapses nervosas não se adaptaram com a primeira década do tão elogiado e aguardado século XXI.
Sinto uma nostalgia estranha.Não sei nem se pode ser nostalgia,sentir saudades de um tempo em que não vivi e nem viverei.Sou daqueles que são vítimas dessa chacota ´´Tu ainda estas no tempo disso e?´´.Pois bem, sou do tempo em que as prostitutas davam lições de amor e que os verbos dedicados a alimentação não tinham o sentido figurado nas mulheres.
Minhas idéias são vilipendiadas pelo mundo.Mas calma...Para quem não entendeu não precisa correr ao dicionário.Vilipendiar é um verbo que é sinônimo de desprezar.Palavra antiga.Não usei-a por acaso.Tampouco pus o verbete para dar a falsa impressão de que sou uma pessoa cult(é assim que se diz hoje em português não é?).Outra vez o parênteses intrometido,observador,arguto,ácido.Bem,usei o vocábulo arcaico pela sua beleza no ato da fala,apesar de ser antigo.Espera...apesar nada,ele é bonito justamente porque é antigo.Aí esta a congruência entre os discos de vinil e as idéias:São blindados ao tempo.Este tem uma qualidade sonora invejavel.Enquanto aquela nunca morre.Apenas hiberna.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

O Cidadão Benquisto:Uma Vida com direção,porem sem sentido!!

Parei hoje pra pensar:sou um homem vencedor na vida,pois tenho tudo o que sonhei na minha adolescência.Uma bela mulher,o carro do ano renovado anualmente,a casa mais bem especulada do bairro,um cachorro com pedigree e um filho.Domingo?Após a missa para agradecer o quanto Deus é bom pra mim vou a um bom clube onde muitos amigos me esperam para tomar doses e mais doses de whisky.Tudo na minha vida é uma bela manhã de um comercial de margarina.
Sou um homem batalhador.Subi na vida.E odeio a preguiça injustificável de quem é pobre.Porque a partir do ócio se constrói a bandidagem.Por mim matava todos os bandidos desde as larvas até os que estão em presídios.Não quero que gente de bem como eu tenha de andar com medo da rua desses preguiçosos que não tem força de vontade e são pobres por que são parasitas.
Dou graças a Deus por meu filho não pertencer a esse meio e que nesse momento meu filho esteja dormindo no meu castelo construído para guarda-lo de todo o mal desse mundo.E que esteja estudando para tornar-se um homem igual a seu pai.
Hoje sou um homem de bem,que defende valores bons e justos da família e do amor,por isso sou admirado por todos .Venci na vida.Batalhando,suando,finalmente consegui me tornar o que sou hoje:UM SER HUMANO

Valdenio Freitas Meneses