Fugindo do Tema Parte I

A odisséia de viver e o uso de prefixos e sufixos se confudem de acordo com o momento em que se passa.Por exemplo,quem não lembra da infância,quando tinha o ´´tempo´´ de pipa,pião,peteca ou bola de gude?Na derivação afixal da vida,cada afixo tem sua fase correspondente.
Na juventude,pensamos que o mundo é simples de mudar porque temos um guerrilheiro revolucionário explodindo no coração toda hora até o momento em que nossas utopias ideológicas caem como bombas atômicas deixando apenas um espaço vazio.È a Era do ´des-.
Desilusão,desespero,descontrole e o mais perigoso é o desemprego depois de sair da casa dos pais.Desaba tudo.Uns desistem até de viver.
Após alguns anos,abre-se o sufixo –ar: casar,trabalhar,sentar,embriagar,fumar(os três últimos são parte de um círculo bastante vicioso).Tudo segue uma linearidade com clichês repetitivos como numa propaganda de creme dental.E depois vem a dádiva(ou ás vezes uma intragável surpresa) dos netos.Alcançamos o período da Pax do –ei,onde tudo faz parte de um passado que não volta mais,ficando apenas reticentes pausas nostálgicas:abracei...dancei...
embriaguei ..fumei..sei...aproveitei... até que finalmente o império sente a grandiosidade do seu legado cair no prefixo –er:esmorecer,doer,adoecer e...vem o Verbo Intransitivo Mais Temido já que o seu complemento é acompanhado de lagrimas e pêsames.
È isso ai,até mesmo a gramática dos afixos é vida.Contudo,existem sujeitos que querem saber tudo da derivação afixal.Nunca escuta-los é o melhor a fazer,pois nem mesmo os mais experientes gramáticos sabem ou souberam usar todos os prefixos e sufixos na hora certa.Talvez a única coisa a fazer é fugir da linearidade morfo-sintática que nos é imposta com apenas um verbo acompanhado de um amigo que está sempre presente.Precisamos amar no gerúndio.